Mandantes da morte de Marielle Franco ficarão em penitenciárias distintas

Na capital federal, os três foram submetidos a exames de corpo de delito e, em seguida, encaminhados para o presídio de segurança máxima

O Liberal
fonte

Os três suspeitos de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes serão alojados em diferentes penitenciárias. O deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão e o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, chegaram à Brasília (DF) na tarde deste domingo (24), após uma audiência de custódia no Rio de Janeiro. Escoltados por agentes da Polícia Federal, eles foram submetidos a exames de corpo de delito e, em seguida, encaminhados para o presídio de segurança máxima.

Segundo informações obtidas pelo portal CNN, Rivaldo Barbosa deverá permanecer na penitenciária federal, em Brasília. Já Domingos Brazão será transferido para o presídio federal de Porto Velho (RO), enquanto o irmão, Chiquinho Brazão, poderá ser encaminhado para um presídio em Campo Grande (MS). Contudo, ainda não há uma data definida para essas transferências, pois dependem de decisões dos juízes corregedores.

VEJA MAIS

image Saiba quem são os suspeitos de mandar matar Marielle Franco
A família Brazão atua principalmente na Zona Oeste do Rio, região dominada por grupos milicianos. O delegado Rivaldo Barbosa foi empossado chefe da Polícia Civil do RJ em 13 de março de 2018, um dia antes do atentado.

A Operação Murder Inc, que resultou na prisão dos três suspeitos, é uma colaboração entre a Polícia Federal, a Procuradoria Geral da República (PGR) e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). 

Questão fundiária teria sido a motivação para o crime

Em coletiva à imprensa na tarde deste domingo (24), o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, relacionou a disputa envolvendo o Projeto de Lei 174/2016 na Câmara Municipal do Rio de Janeiro à morte da vereadora Marielle Franco (PSol) e de seu motorista, Anderson Gomes.

De acordo com informações da Polícia Federal, o embate teve um agravamento no segundo semestre de 2017. A votação do PL 174/2016 provocou uma "reação descontrolada" por parte de Chiquinho Brazão contra Marielle. "Ficou evidente a divergência no campo político, especialmente em questões relacionadas à regularização fundiária e ao direito à moradia", ressaltou o ministro.

Enquanto Marielle buscava a regularização das terras para fins sociais, os irmãos Brazão, conforme o relatório da PF, estavam associados a um grupo político com posição contrária. Os suspeitos de serem os mandantes do crime pleiteavam a regularização de um condomínio em Jacarepaguá, porém Marielle, na sua função de vereadora, trabalhava para que a ocupação do terreno fosse acompanhada pela Defensoria Pública e pelo Instituto de Terras e Cartografia do Rio.

O relatório da PF servirá de base para novas investigações. Segundo o ministro da Justiça, essas investigações expõem o modus operandi das milícias no Rio de Janeiro, que demonstram uma sofisticação considerável, abrangendo diversas áreas de atividade.

“Tenho a impressão que, a partir desse caso, nós podemos talvez desvendar outros casos, ou pelo menos seguir o fio da meada de um novelo cuja dimensão ainda não temos clara, mas essa investigação é a espécie de uma radiografia de como operam as milícias e o crime organizado no Rio de Janeiro, e como há um entrelaçamento inclusive com alguns órgãos políticos e alguns órgãos públicos”, complementou Lewandowski.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Brasil
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM BRASIL

MAIS LIDAS EM BRASIL