Maior assassino em série do Brasil é executado em São Paulo
Pedro Rodrigues Filho tinha 68 anos, dos quais 42 anos foram passados na prisão onde cumpriu pena pelo assassinato de 70 pessoas
Um dos mais famosos serial killers brasileiros, Pedrinho Matador foi morto por volta das 10h deste domingo (5), em Mogi das Cruzes, na região metropolitana de São Paulo. Pedro Rodrigues Filho tinha 68 anos e era dono de uma das trajetórias mais abordadas em notíciários e documentários policiais. O nome e a fama vieram das inúmeras declarações dadas por ele de que teria cometido mais de 100 assassinatos, mas, todos de "gente ruim". De acordo com informações da Polícia Militar, Pedro teria sido alvejado na frente da casa onde morava, na Rua José Rodrigues da Costa, no bairro Ponte Grande, por dois indivíduos que passaram em um carro e atiraram várias vezes.
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Logo após os tiros, os suspeitos abandonaram o veículo utilizado na ação na Estrada da Cruz do Século e fugiram em outro carro. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionada, mas, atestou o óbito no local. Até o momento, não há informações sobre a identidade dos criminosos e também não houve prisões. Segundo um veículo local, ao menos seis tiros acertaram a vítima.
Lenda do crime
Considerado o maior assassino em série do Brasil, Pedrinho Matador tinha na ficha criminal 70 homicídios confirmados, o que lhre rendeu uma pena de mais de 500 anos de reclusão. Mas, ele mesmo fazia questão de afirmar que já havia matado mais de 100 pessoas.
Nascido em Santa Rita do Sapucaí, em Minas Gerais, Pedrinho nasceu com uma rachadura no crânio, que ele relatava ser decorrente de chutes que o pai dava em sua mãe quando estava grávida, durante as brigas que costumavam ter.
O primeiro crime foi cometido aos 13 anos, quando empurrou seu primo em um moedor de cana e depois o picou com um facão. No ano seguinte, ele matou o vice-prefeito de Alfenas (MG) por ter demitido seu pai, que trabalhava em uma escola como guarda e havia sido acusado de furto de merenda escolar. Dias depois ele viria a matar o vigia da escola, acreditando ser ele o verdadeiro culpado pelos roubos.
Após os três homicídios, Pedrinho fugiu para Mogi das Cruzes, em São Paulo, onde passou a roubar bocas de fumo e ficou conhecido por matar pessoas relacionadas ao tráfico. Com o tempo, se tornou um líder do tráfico na região e continuou matando seus rivais.
Foi preso em 1973, após completar 18 anos, e condenado a 128 anos de prisão, mas já no sistema penitenciário cometeu novos crimes que ampliaram a sua ficha criminal e também sua pena. No primeiro deles, ainda durante a transferência para o presídiio, matou um homem condenado por estupro mesmo estando algemado.
Pedrinho costumava justificar seus assassinatos argumentando que suas vítimas eram "pessoas que não prestavam", como estupradores e traidores, e dizia que também não aceitava "caguetes" e "bichas". Mas, afirmou que nunca matou mulheres, crianças ou pais de família.
Entre as várias tatuagens que trazia pelo corpo, uma marcava um registro particular: "Sou capaz de matar por amor". A frase fazia referência ao fato de ter matado o assassino de sua noiva e outras seis pessoas durante o casamento do sujeito. Em outra tatuagem, fez um resumo da trajetória violenta: "Mato por prazer".
Quando tinha ainda 20 anos, o pai de Pedrinho foi sentenciado por assassinar a esposa com 21 facadas e acabou indo parar no mesmo complexo que ele. Por vingança pela morte da mãe, ele o matou com 22 facadas e depois arrancou e mastigou um pedaço do coração. Em outra ocasião, também assassinou um amigo de longas datas, que havia sido acusado de matar uma de suas irmãs.
Pedrinho foi solto em 2007, mas teve que cumprir mais 8 anos de cadeia por ter sido condenado em outros crimes cometidos durante o cárcere privado. A liberdade veio de fato em 2018, quando já tinha 64 anos. Após a saída do sistema penal, Pedrinho se dedicou a conscientizar pessoas sobre o crime, participando de podcasts sobre a criminalidade no Brasil, e chegou a criar seu próprio canal no YouTube.
Em muitas entrevistas concedidas afirmava que a cadeia não recupera ninguém e que a vida no crime não valia a pena. Decidido a abandonar de vez o passado, dizia que só mataria novamente para proteger a família.
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