Lula sanciona nesta segunda projeto que restringe uso de celulares em escolas; veja o que muda
Regras incluem restrições durante aulas e intervalos. Uso será permitido apenas em situações específicas, como emergências ou atividades pedagógicas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai sancionar, nesta segunda-feira (15), um projeto de lei que estabelece limites para o uso de celulares em instituições de ensino público e privado no Brasil. A nova legislação, aprovada pelo Congresso Nacional, define regras para o uso de smartphones por alunos na educação básica, incluindo pré-escola, ensino fundamental e médio. Após a sanção, prevista para as 15h30, a medida entra em vigor já neste ano letivo de 2025.
De acordo com o texto, os estudantes poderão portar celulares nas escolas, mas a utilização será restrita a casos específicos, como emergências, condições de saúde ou situações de força maior. O uso também será permitido em sala de aula para finalidades específicas, como:
- Atividades pedagógicas, sob a orientação de professores;
- Acessibilidade e inclusão de estudantes com necessidades especiais;
- Garantia de direitos fundamentais ou atendimento a questões de saúde.
Proibições abrangentes
O Projeto de Lei 4.932/2024 determina que o uso de celulares será proibido durante aulas, intervalos, recreios e atividades extracurriculares, abrangendo toda a educação básica. A medida segue iniciativas já adotadas em estados como São Paulo, onde a regra será implementada já está em vigor.
O relator do projeto no Senado, Alessandro Vieira (MDB-SE), destacou evidências do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (PISA), que mostram prejuízos ao desempenho acadêmico devido ao uso excessivo de smartphones. O relatório de 2022 apontou que alunos que passam mais de cinco horas por dia conectados apresentam, em média, 49 pontos a menos em matemática, comparados aos que utilizam dispositivos por até uma hora diária.
No Brasil, 80% dos estudantes relataram se distrair com frequência durante as aulas devido aos celulares, número muito superior ao de países como Japão (18%) e Coreia do Sul (32%). Vieira também ressaltou a relação entre o uso excessivo de redes sociais e o aumento de transtornos como ansiedade e depressão entre os jovens.
Implementação e fiscalização
Após a sanção presidencial, o projeto exigirá regulamentação para orientar a aplicação da medida. O ministro da Educação, Camilo Santana, informou que as diretrizes serão definidas em janeiro, com implementação prevista para fevereiro, no início do próximo ano letivo.
Cada escola deverá adaptar a fiscalização de acordo com sua estrutura, definindo, por exemplo, o local de armazenamento dos dispositivos. Camilo Santana destacou que o objetivo principal é garantir o uso dos aparelhos apenas em contextos pedagógicos e evitar distrações durante o horário escolar.
Com essa nova lei, o governo espera mitigar os impactos negativos do uso excessivo de tecnologia e contribuir para um ambiente escolar mais focado no aprendizado e no bem-estar dos alunos.
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