Lula chama de 'ameaça' exigências da União Europeia para acordo com o Mercosul; entenda
O acordo entre os dois blocos é negociado há 24 anos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta sexta-feira (23), que considera uma “ameaça” às exigências feitas pela União Europeia (UE) para finalizar o acordo do bloco com o Mercosul. A declaração foi feita durante a participação de Lula na Cúpula sobre Novo Pacto de Financiamento Global, em Paris.
No discurso, o presidente se referiu a dispositivos que preveem sanções consideradas mais “rígidas” pelo governo brasileiro, em caso de descumprimento de obrigações por parte dos países que participam do acordo.
Inicialmente, Lula afirmou que estava “doido” para fazer um acordo com a UE, mas que não seria possível por conta da “carta adicional”. “[...] Nós vamos fazer a resposta, e vamos mandar a resposta, mas é preciso que a gente comece a discutir. Não é possível que nós temos uma parceira estratégica, e haja uma carta adicional que faça ameaça a um parceiro estratégico", declarou.
A UE enviou ao Mercosul um documento com “instrumentos adicionais” a serem acrescentados no acordo. São estes que Lula classificou como uma “ameaça”. Um deles faz referência à lei aprovada pelo Conselho Europeu no mês de maio, que proibia a importação de produtos de áreas desmatadas depois de 2020, além de estabelecer a aplicação de multas.
O acordo entre os dois blocos é negociado há 24 anos. Somente em 2029 foram finalizadas as negociações comerciais e, em 2021, as relacionadas a aspectos políticos. Desde então, o acordo está sendo revisado para ser feito a assinatura.
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