Líder da igreja Bola de Neve tem que entregar armas em 48h, determina justiça

Apóstolo Rina é acusado pela esposa por lesão corporal, violência psicológica, ameaça, injúria e difamação

Kamila Murakami
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O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ/SP) estipulou um prazo de 48 horas para que o líder da igreja Bola de Neve, pastor Rinaldo Luiz de Seixas Pereira - conhecido como apóstolo Rina - entregue à Justiça todas as armas que estão em sua posse. A apreensão foi determinada pelo desembargador Hugo Maranzano, nesta quinta-feira (11). 

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Segundo o magistrado, a defesa do acusado confirmou que ele estava em posse do objeto e colocou a arma “à disposição” da Justiça. O pastor é acusado pela esposa, a pastora e cantora gospel Denise Seixas, pelos crimes de lesão corporal, violência psicológica, ameaça, injúria e difamação.

Denise informou à polícia que chegou a sofrer diversos tipos de agressão enquanto mantinha o relacionamento com o apóstolo Rina, dentre eles socos no rosto, cadeira jogada na direção dela e ameaças para ter relações sexuais com o pastor.

Medida protetiva

Há cerca de um mês, no dia 12 de junho, Denise obteve na Justiça uma medida protetiva pela qual foi determinado que Rinaldo deve manter pelo menos 300 metros de distância da mulher, seus familiares e eventuais testemunhas do processo. Além disso, ele está proibido de manter qualquer tipo de contato com a vítima, mesmo que por intermédio de terceiros.

Segundo a pastora, ela nunca denunciou Rinaldo por “medo de sua influência”. Ainda de acordo com Denise, ela perdeu o acesso às redes sociais nos últimos dois meses e teme que alguém atente contra sua reputação.

Conforme relatado pela cantora gospel, ela também perdeu o acesso às finanças e precisa recorrer a uma pessoa indicada pelo próprio Rinaldo todas às vezes que precisa de dinheiro.

Em nota à imprensa, Rinaldo Pereira negou “qualquer prática violenta” e disse confiar na apuração “isenta e técnica” de todos os fatos pela Polícia Civil e Ministério Público.

Importunação sexual

No fim do mês de junho, uma ex-funcionária apresentou denúncia contra Rinaldo por importunação sexual. Conforme o relato, o caso teria acontecido no ano de 2017, quando a vítima trabalhava para o pastor.

Conforme informado no boletim de ocorrência, a mulher era funcionária da igreja Bola de Neve quando, em 2012, foi chamada por Rinaldo para trabalhar na casa dele. A mulher relatou que o pastor costumava chamá-la até o último andar da casa, onde funcionava uma espécie de academia e uma sala de TV.

Era nesse local que, segundo a mulher, ele passava por ela sem camisa, pedia ajuda para realizar os alongamentos e solicitava massagens. A mulher revelou que o homem também a massageava e que, em certas ocasiões, aproximava as mãos de seus seios. Ela contou que se sentia constrangida e manipulada, mas que à época ficou sem reação porque enxergava o líder religioso como uma figura paterna. 

Segundo o depoimento, Rinaldo Pereira foi se aproximando cada vez mais ao longo dos anos até que em 2017, a puxou pelos braços de frente. Constrangida, a mulher se desvencilhou do homem e gritou: “Me solta seu animal”. Ela deixou a casa com marcas da agressão nos braços.

Um tempo depois, Rina retomou a proximidade com a mulher, sob o argumento de que “tudo não passou de um mal entendido”. A vítima continuou trabalhando na igreja no formato home office e ia à casa de Rinaldo Pereira apenas às segundas-feiras.

Segundo o relato, ela começou a apresentar um quadro depressivo depois do que aconteceu e precisou buscar ajuda de acompanhamento psicológico. Foi a profissional que a acompanha que aconselhou que ela fizesse a denúncia.

Em nota, a defesa de Rinaldo nega qualquer prática violenta. Além disso, os advogados do apóstolo disseram que confiam na apuração “isenta e técnica” da Polícia Civil e Ministério Público. Eles informaram ainda que irão processar a mulher. 

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