Justiça determina retirada de vídeos do pastor André Valadão das redes sociais
Ação do Ministério Público Federal (MPF) acusa Valadão de proferir um 'discurso discriminatório' contra a população LGBTQIA+
Nesta terça-feira (11), a Justiça Federal em Minas Gerais decidiu que dois vídeos do pastor André Valadão devem ser removidos das redes sociais. A determinação foi motivada por uma ação do Ministério Público Federal (MPF), que acusou Valadão de proferir um "discurso discriminatório" contra a população LGBTQIA+ durante cultos da Igreja Batista da Lagoinha, da qual ele é o líder.
Um dos trechos destacados da pregação mostra Valadão condenando o casamento homoafetivo em nome dos "valores cristãos". O culto em questão foi realizado no campus da igreja em Orlando, nos Estados Unidos.
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"Essa porta [casamento homoafetivo] foi aberta quando nós tratamos como normal aquilo que a Bíblia já condena. Então, agora é hora de tomar as cordas de volta, dizendo não, não, não. Pode parar, reseta. E Deus fala: Não posso mais. Já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, eu matava todo mundo a começava tudo de novo. Mas, prometi para mim mesmo que não posso, então, está com vocês. Vamos para cima. Eu e minha casa serviremos ao Senhor", afirmou Valadão.
O juiz federal José Carlos Machado Júnior emitiu uma liminar determinando que o YouTube e o Instagram removam os vídeos dos cultos realizados em 4 de junho e 2 de julho deste ano.
Declarações do pastor "ultrapassaram os limites da liberdade de expressão e crença"
Segundo o magistrado, as declarações do pastor "ultrapassaram os limites da liberdade de expressão e crença".
"O conteúdo das declarações do réu nos cultos mencionados, mesmo proferidas em um contexto religioso, excederam os limites da liberdade de expressão e crença, representando um risco potencial de incitar nos ouvintes e fiéis sentimentos de preconceito, aversão e agressão em relação aos cidadãos com orientação sexual diversa daquela defendida por ele", decidiu o juiz.
Em resposta, André Valadão publicou uma nota nas redes sociais afirmando que suas falas foram tiradas de contexto e que nunca incentivou a violência contra ninguém.
"Não admito, nunca admiti e jamais incitei qualquer fiel que me escuta a agredir, ferir, ofender ou causar qualquer tipo de dano físico ou emocional a qualquer pessoa. Repudio qualquer ataque e o uso de violência física ou verbal contra pessoas devido à sua orientação sexual. Sou contra crimes de ódio e incitação à violência. Como cristão, defendo que Deus ama o pecador. E todos somos pecadores, como o apóstolo Paulo afirma em Romanos 3:23. Dependemos, sem exceção, do perdão, da misericórdia e da graça de Deus, por meio de Jesus Cristo", declarou o pastor.
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