Jovem indígena engravida e acusa o próprio pai de estupro
Vítima contou que foi obrigada a abandonar bebê em uma área de mata. Criança não resistiu
Uma jovem indígena de 21 anos acusa o próprio pai de estupro e de ter sido obrigada pelo agressor a largar o bebê que pariu, após a violência sofrida, numa área de mata em São José do Imbassaí. O crime foi repudiado pela cacica da aldeia Mata Verde Bonita, em Maricá, na Região Metropolitana do Rio, onde o caso aconteceu.
O homem não foi preso por não ter sido constatado o crime em flagrante. A criança foi encontrada ainda com vida por índios Tupi Guarani na última quinta-feira (21). Ela foi socorrida a um hospital no município, mas não resistiu.
De acordo com a cacica Jurema Nunes, a aldeia, chocada e indignada pelo crime, se reuniu para encontrar o agressor, que tentou fugir, "mas os guerreiros da aldeia" conseguiram alcançá-lo, conforme disse a indígena. A cacica acrescentou que ele confessou o crime. No entanto, por não haver constatação do flagrante, o agressor não foi mantido preso.
"A comunidade não entende a decisão da justiça brasileira que deixou impune uma pessoa que cometeu um crime tão bárbaro", disse ela. "Na aldeia todos estão de luto até porque nosso costume, nossa cultura, nossa maneira de ser não nos ensina assim, nós somos Tupi Guarani, e aprendemos a cuidar uns dos outros e a proteger toda a nossa comunidade".
Pedindo justiça, a cacica afirmou ainda que a comunidade da Mata Verde Bonita está cuidando da jovem "que não teve infância e tanto sofreu". A vítima relatou que sofria abusos sexuais do pai desde seus 13 anos.
"Estamos buscando juntos passar por esse momento difícil para nossa comunidade. Agora queremos a justiça que ele pague por tudo que ele fez e não mais consideramos ele como Tupi Guarani", completou Jurema.
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