Jovem denuncia pastor por racismo após ele mandá-la 'passar chapinha'

Em uma “reunião secreta”, ocorrida depois do caso, a jovem aconselhada a não levar o caso para a polícia. Apesar do medo de ficar sem emprego, a vítima disse para o portal que a vontade de fazer justiça era maior

Gabriel Mansur

A assistente de produção Ana Clara da Mota Santos, de 23 anos, denunciou um pastor da Igreja Universal por ato de racismo no ambiente de trabalho. Segundo Ana Clara, Lázaro Augusto da Rosa, pastor da igreja, disse que a jovem deveria “passar chapinha”, durante a gravação de um programa em Belo Horizonte, Minas Gerais.

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Para o UOL, a assistente de produção contou que os comentários eram rotineiros, mas que dessa vez chegou aos limites.

“Ele sempre fez essas brincadeiras nos corredores, geralmente relacionadas a cabelo. Dizia sobre dread, insinuava que era cabelo de mendigo. Desta vez, quando fui fazer uma observação técnica sobre um brilho no rosto dele, ele partiu para este ataque falando sobre chapinha”, desabafou a jovem. 

Após a fala, Ana conta que começou a chorar e a equipe precisou parar o programa. Em uma “reunião secreta”, ocorrida depois do caso, foi aconselhada a não levar o caso para a polícia. Apesar do medo de ficar sem emprego, a jovem disse para o portal que a vontade de fazer justiça era maior. A assistente de produção conseguiu recuperar a gravação com o áudio que comprova a conversa e a levou à delegacia.

A Polícia Civil de Minas Gerais informou para o UOL que instaurou inquérito hoje, terça-feira (17), após a jovem comparecer à Delegacia Especializada de Investigação de Crimes de Racismo, Xenofobia , LGBTfobia e Intolerâncias Correlatas na segunda-feira (16).

A Igreja Universal afirmou, por meio de nota, que apura internamente os fatos. "Quem frequenta qualquer culto da Universal, em qualquer país do mundo, comprova que bispos, pastores e fiéis são de todas as origens, etnias e tons de pele, de todas as classes sociais", declarou na nota.

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