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Idoso morre após receber quatro doses de quimioterapia de uma vez

Nilton Carlos Araújo, de 69 anos, estava em tratamento contra mieloma múltiplo

Lívia Ximenes
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Um idoso de 69 anos morreu após receber quatro doses de quimioterapia de uma vez em Belo Horizonte, Minas Gerais. A vítima, identificada como Nilton Carlos Araújo, tratava um mieloma múltiplo no hospital MedSênior. O homem morreu próximo ao Natal, no dia 23 de dezembro.

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Nilton realizava quimioterapia no bairro Gutierrez, Região Oeste da capital mineira. Na última sessão, dia 19 de dezembro, um enfermeiro diferente do habitual ficou responsável pela administração da dose. Segundo Carolina Araújo, filha do idoso que o acompanhava na sessão, o homem aplicou quatro injeções, em vez de uma: "Eu questionei o enfermeiro, porque era diferente do costume. Perguntei se eram quatro mesmo, ele disse que sim e aplicou uma atrás da outra.”

No mesmo dia, Nilton passou mal pela tarde e foi levado ao hospital. Após ser atendido, recebeu alta e voltou para casa, mas permaneceu com a saúde debilitada. O quadro piorou no dia 21 de dezembro, então ele retornou ao hospital e foi internado.

“Continuei falando que ele tinha tomado quatro doses, mas ignoraram. Acharam que era uma infecção, deram antibiótico, remédio pra dor, mas ninguém sabia o que ele tinha. Estava lúcido, mas à noite sentiu falta de ar. De madrugada, foi entubado”, lembra Carolina. Na unidade da MedSênior, Nilton continuou internado e foi colocado em coma induzido. O quadro clínico apresentava alteração nos batimentos cardíacos e baixa na saturação de oxigênio, o que resultou na transferência do paciente para um hospital maior no bairro Serra.

De acordo com Carolina Araújo, na outra unidade foi informado que a situação era grave. No dia 22 de dezembro, a família registrou um boletim de ocorrência, após Nilton ser entubado. Depois de dois dias da segunda entrada no hospital, o idoso morreu às 20h20.

A Polícia Civil concluiu as investigações, que apontaram a administração de quatro doses de quimioterapia, em vez de uma. Nilton recebeu 8,78 miligramas da medicação, quando deveria receber 2,29 miligramas. O enfermeiro em serviço ignorou as etiquetas, que indicavam o pertencimento a outras pessoas em tratamento.

A médica e o enfermeiro responsáveis pelo tratamento de Nilton foram indicados por homicídio dolo eventual. O crime ocorre quando não há intenção, mas se assume o risco de matar. A pena dos profissionais da saúde pode variar de seis a 20 anos de prisão.

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