IBGE lança Censo 2022 em comunidade quilombola do Pará
A abertura dos trabalhos de coleta junto a essa população ocorreu no território Quilombola Guajará Miri, no município do Acará
Começou nesta quarta-feira (17) a coleta de dados dos quilombolas para o Censo Demográfico 2022, coordenador pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Pará, a abertura dos trabalhos junto a essa população ocorreu no território Quilombola Guajará Miri, no município do Acará. Ao todo, 5.972 localidades serão visitadas no Brasil, 516 delas espalhadas em território paraense.
“O Censo 2022 vai ser o primeiro que vai retratar a população quilombola na história do nosso país. Ele tem uma importância muito grande para essas comunidades, tendo em vista que, a partir dele, nós vamos conhecer quantas são as populações quilombolas, como elas vivem e levantar informações básicas sobre escolaridade, trabalho, dentre outras”, declarou Fernando Damasco, porta-voz do IBGE
Segundo ele, lançamento desta quarta-feira, em Acará, tem uma importância regional e nacional, por ser o primeiro na Amazônia. "E tem como objetivo mobilizar a população quilombola, pra receber os recenseadores, terem a confiança no trabalho do IBGE e a consciência que todas as informações prestadas são sigilosas e trabalhadas com todo o rigor pelo IBGE”, diz Damasco.
Os quilombolas que residiram fora da comunidade também serão contados. “Se a moradia na cidade é temporária pra fins de estudo e trabalho, as pessoas são consideradas moradores da comunidades, então deve sem recenseadas nos seus territórios. Caso a moradia seja permanente, temos procedimentos adequados para registro dos domicílios como domicílios quilombolas e todos serão considerados no levantamento”, explica o porta-voz do IBGE.
A abordagem às comunidade tem o apoio da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), que ajudou no planejamento de operação censitária.
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Para Valéria Carneiro, da associação Malungu (parceira do IBGE no Pará, para planejamento do Censo junto aos quilombolas), o trabalho é importante porque essa população vai aparecer nas estatísticas e também porque foi um política construída junto aos quilombolas. “A Conaq esteve presente na construção do Censo, como seria a metodologia, a estrutura dentro das comunidades. As expectativas são muitas. A partir do resultado do censo, vamos ter números de quantos nós somos, dados de onde nós estamos e como nós vivemos. E a partir do resultado do Censo, garantir a efetivação de mais políticas públicas para a população quilombola no estado brasileiro”, avalia.
O mesmo pensa o presidente da Associação de Moradores e Produtores Quilombolas de Guajará Miri, Joelson da Cunha. “A nossa perspectiva é que com esse Censo, a gente venha a ser mais olhado, com mais carinho, para que as políticas públicas cheguem tanto na educação, na saúde, no desenvolvimento da comunidade quilombola, e principalmente na nossa identidade, ser reconhecido como negro, ser reconhecido como quilombola”, declarou.
Segundo Joelson, 194 famílias vivem no TQ, distribuídas em seis vilas – Vila Central, Cruzeirinho, Matinha, São Miguel, Vila da Paz e Babacal – além dos ribeirinhos que vivem às proximidades do rio Arapiranga (braço do rio Guamá).
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