Homem negro é obrigado a se despir em público por suspeita de roubo em supermercado; veja imagens

Vítima foi coagida por seguranças pelo simples fato de ter entrado e saído do estabelecimento sem comprar nada

Redação Integrada

Um homem de 56 anos foi submetido a uma cena humilhante diante dos clientes de um supermercado. Luiz Carlos da Silva foi abordado e obrigado a tirar a roupa em público para provar que não havia roubado nada do estabelecimento. A cena aconteceu em um atacadão de Limeira, cidade do interior de São Paulo, no último dia 6, e foi registrada por testemunhas que ficaram revoltadas com a atitude dos funcionários. O caso foi divulgado pelo portal Metrópoles.

Luiz Carlos havia entrado no supermercado para verificar os preços de alguns itens, mas preferiu não levar nada naquele momento. Mas, ao se encaminhar para a saída do estabelecimento, ele foi cercado por um grupo de funcionários da rede atacadista que ordenou que ele tirasse a roupa para mostrar que não havia furtado nenhum produto do local.

Atordoado e visivelmente constrangido pela situação, Luiz Carlos, que é negro, começou a chorar e repetir que era inocente e que não havia roubado nada. Clientes que assistiram a cena indignados ainda tentaram evitar que o constrangimento fosse maior e alertaram os seguranças de que não havia provas e nem justificativa para a conduta que estava sendo adotada.

Humilhado diante de todos, Luiz Carlos ficou só de cueca e nada foi encontrado com ele, além da pochete com seus pertences pessoais. O caso foi mostrado no “Bom Dia São Paulo” e deixou a apresentadora Michele Barros revoltada. "É chocante, né? Inacreditável.  Isso é humilhação. Cidadão trabalhador que vai ali comprar e passa por isso. A esposa disse que ele foi ao atacadista conferir os preços e foi abordado quando saiu da loja”, desabafou.

 

 

“Qual a razão para submeter uma pessoa a um constrangimento desse tamanho? Por causa da cor da pele? O que leva a isso? Um cidadão de 56 anos, o que passa na cabeça. Minha desculpa ao senhor [vítima] por ter que mostrar isso” continuou Michele Barros.

Após provar que era inocente, ele foi liberado para deixar o local e precisou ser amparado por pessoas que presenciaram a cena. "Ele chorava igual criança. Uma mulher que estava no supermercado viu a situação e foi em defesa dele. Foi ela quem o levou para casa e relatou à família tudo o que havia acontecido", contou um familiar. Só no dia seguinte, e por insistência dos familiares, é que Luiz Carlos decidiu procurar a polícia e registrar o caso, que está sob investigação.

A rede Assaí Atacadista, proprietária do estabelecimento, publicou nota se desculpando pelo que chamou de "abordagem indevida" e disse que o funcionário envolvido foi desligado da empresa. O caso foi registrado como ‘constrangimento’ por não haver, segundo a empresa, provas de injúria racial. "A companhia recebeu com indignação as imagens dos vídeos e se solidariza totalmente com o cliente. (...) A companhia também entrou em contato com a família do cliente, tão logo soube do ocorrido, se desculpando e se colocando à disposição para qualquer necessidade que ele tenha. Outras providências necessárias serão tomadas tão logo a investigação estiver encerrada. O caso deixa a companhia certa de que precisa reforçar ainda mais os processos com a loja em questão e todas as demais", diz a nota.

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