Greve dos aeronautas provoca cancelamento de um voo em Belém
Às vésperas do Natal, aeroporto de Belém tem um voo com atraso e outro cancelado
No quinto dia de greve dos aeronautas, o Aeroporto Internacional de Belém registrou na manhã desta sexta-feira, 23, o cancelamento de um voo com destino a Campinas (SP), que seria operado pela companhia aérea Azul. Uma fila de passageiros insatisfeitos se formou no hall do terminal devido à espera de mais de três horas pelo embarque. Apesar disso, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), afirmou que os aeroportos de Belém, Altamira, Carajás e Marabá estariam operando sem impactos causados pelo movimento grevista. Já a Azul disse ao Grupo Liberal que não se manifestaria sobre o assunto.
Com a proximidade do Natal, o fluxo era intenso no aeroporto da capital, que tinha 87 voos previstos ao longo do dia, sendo 45 chegadas e 42 partidas. Entre eles havia problemas com dois voos da Azul. Um deles viria de Teresina (PI) e inicialmente estava previsto para chegar às 11h45, mas estava atrasado e agora deve pousar apenas às 14h. Porém, o principal transtorno ocorreu com o voo com destino a Campinas, que deveria ter partido às 7h25, mas por volta das 11h constava com o status cancelado. A situação gerou contratempos e reclamações dos passageiros. Uma delas era a professora Simone Monteiro, que veio de Boa Vista (RR) e precisava fazer a conexão em Belém para chegar ao estado de São Paulo e, em seguida, ir para Joinville (SC).
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“Nós ficamos sabendo da greve na segunda-feira, a gente previa que poderia ter um atraso, mas não cancelamento. O problema é que isso traz uma série de transtornos porque a gente se organiza para pagar hotel e transporte e acaba perdendo tudo isso por conta desses atrasos e até agora nada. Estamos aqui há mais de duas esperando e não tem resposta nenhuma”, disse Simone, por volta das 10h, enquanto cuidava do filho de 5 anos e aguardava uma nova acomodação.
O sentimento também era de frustração para a enfermeira Cláudia Bernardes, que embarcou por volta das 4h em Marabá e precisava fazer escalas em Belém e Campinas para chegar a Campo Grande (MS). “Chegamos e quando foi se aproximando a hora do voo já não aparecia mais o número do voo. Era pra sair às 7h25 e já são mais de 10h30 e não embarcamos. Estamos na fila e não sabemos o que vai acontecer”, reclamou a passageira.
Enquanto a reportagem do Grupo Liberal esteve no local, alguns funcionários da companhia Azul tentavam organizar a fila e o atendimento no check-in, já que os voos para os demais destinos ocorriam normalmente. Porém, entre os passageiros do voo cancelado imperavam as reclamações, principalmente devido à falta de informações e de assistência.
MANIFESTAÇÃO
Este foi o quinto dia da greve dos pilotos e comissários, que se mobilizam nos terminais aeroportuários de São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza, com paralisação de atividades entre 6h e 8h. Em razão disso, atrasos e cancelamentos têm afetado passageiros de todo o país. Por determinação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), 90% dos serviços devem ser mantidos durante a greve.
Segundo informações das principais companhias aéreas que operam no estado, não houve impactos da paralisação nesta sexta-feira nos aeroportos do Pará. “Todos os voos previstos foram operados e apenas alguns sofreram atrasos. Todos os esforços estão sendo empregados em tratar as contingências com nossos clientes, minimizando efetivamente os impactos”, informou a Gol.
Já a Latam disse que não houve efeitos do movimento no aeroporto de Belém e que sua “operação encontra-se normal, com apenas alguns impactos pontuais em voos com saída na manhã desta sexta-feira”. Por sua vez, a Azul apenas informou que não comenta o assunto.
A principal demanda do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) é o reajuste salarial, com ganho real de 5%. Há uma negociação em curso com o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNAE), que ofereceu a reposição da inflação do período e ganho real de 1%. No entanto, os trabalhadores rejeitaram a proposta da patronal e decidiram manter a manifestação.
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