Furadeiras domésticas são usadas por médicos em procedimentos cirúrgicos, diz funcionário

Ferramentas, proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2008, exibem marcas de sangue e fios desencapados.

Pedro Garcia

Médicos do Hospital Nossa Senhora do Pari, localizado no centro de São Paulo, são acusados de estarem utilizando furadeiras domésticas em cirurgias ortopédicas. A TV Globo divulgou imagens exclusivas que mostram as furadeiras sendo utilizadas pelos funcionários. As ferramentas, proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2008, exibem marcas de sangue e fios desencapados.

"São de cinco a nove furadeiras que têm na casa, são as comuns que você compra para perfurar a parede. Algumas têm até raspada a marca, e tem umas que são passadas [fita] isolante no cabo. Outras eles mesmos [médicos] reformaram", afirmou um funcionário do hospital, que, por segurança, preferiu não se identificar.

O funcionário em questão ainda informou que as furadeiras são utilizadas em todos os procedimentos que exigem perfuração óssea. Segundo ele, a unidade utiliza "essas amarelas de parede mesmo", e a pessoa responsável pelas compras do hospital opta por esses modelos devido ao menor custo de aquisição e manutenção.

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A utilização de furadeiras domésticas em cirurgias é expressamente proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 2008. A Anvisa considera essa prática um grave risco para a saúde, constituindo uma infração sanitária, uma vez que se trata de um produto sem registro para uso hospitalar. A Associação Beneficente Nossa Senhora do Pari, fundada em 2002, é totalmente credenciada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para atendimentos ortopédicos.

Órgãos responsáveis  

A diretoria do Hospital Pari informou que os equipamentos usados são aprovados pela Anvisa e fiscalizados periodicamente pelos órgãos competentes. A Anvisa disse que este caso seria uma demanda para a prefeitura local. 

A Prefeitura de São Paulo afirmou que não há denúncias contra o hospital e que, se comprovada irregularidades, o contrato pode ser rescindido. Também informou que o alvará sanitário é de responsabilidade do estado.

A Secretaria Estadual da Saúde disse que o hospital tem total autonomia administrativa e que está sob gestão do município. Além disso, informou que a Vigilância Sanitária faz inspeções no local.

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