Freiras brasileiras são deportadas da Nicarágua por falta de permissão de residência no país
Informações da congregação dão conta de que as irmãs foram deportadas porque a ditadura do país não havia renovado a permissão de residência no país
Quatro freiras brasileiras que moravam na Nicarágua e realizavam missão no país fugiram no último domingo (2), após uma ação da polícia do regime ditatorial de Daniel Ortega, presidente nicaraguense, que expulsou as religiosas do país. A invasão policial ocorreu na casa das irmãs dos Pobres de Jesus Cristo, na cidade de León. Informações da congregação dão conta de que as irmãs foram deportadas porque a ditadura do país não havia renovado a permissão de residência no país. As informações divulgadas nesta terça-feira (4) pela CNN Brasil e pela revista Oeste.
O paradeiro das religiosas permaneceu desconhecido durante horas, mas elas já estão em segurança. As irmãs estavam há sete anos no país e integravam a Fraternidade dos Pobres de Jesus Cristo, que faz parte da Fraternidade O Caminho, formada por consagrados, sacerdotes e leigos, fundada em 2001. O governo do presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, mantém uma campanha contra a Igreja Católica da Nicarágua.
A reportagem entrou em contato com missão da Fraternidade O Caminho, em Belém, para buscar saber se entre as religiosas havia alguma paraense. No entantoo, entre as irmãs deportadas não havia nenhuma paraense, como confirmou a representação local da comunidade. Até o momento, não há informações oficiais da naturalidade das freiras.
Já na última segunda-feira (3), a comunidade Fraternidade O Caminho divulgou uma nota, em perfil nas redes sociais, se pronunciando sobre o caso e informando que as religiosas haviam sido deportadas para El Salvador. “Paz e bem! Queremos por este meio manifestar nossa gratidão pelos sete anos de missão nas terras da Nicarágua, agradecemos a acolhida da Igreja e do povo durante esse tempo que nosso carisma permaneceu no país servindo os pobres nos seus múltiplos rostos”, disse o comunicado.
“Como cita nossas fontes ‘Antes de oferecemos qualquer outra coisa, oferecemos primeiro a nos mesmos: oferecemos-lhe lhe Cristo em nós’. Com isso queremos agradecer a todas as consagradas, leigos, jovens, benfeitores e amigos que construíram com nos a missão e fizeram possível levar Cristo aos pobres, com esses sentimentos informamos que nossas irmãs foram enviadas a missão de El Salvador. Deus abençoe a todos!”, finalizou a nota.
Também em nota, o Instituto das Pobres de Jesus Cristo informou que a Nicarágua foi a primeira missão da Fraternidade na América Central, onde chegaram em 2016. O apostolado era com os mais pobres da região central de León. Reforçaram também que não houve violência nem detenção. "Funcionários do Instituto de Migração e do Ministério de Governo chegaram à casa religiosa, por volta das 22:30h, solicitando fazer uma vistoria. As três religiosas que pertenciam à missão – duas brasileiras e uma paraguaia – se encontravam no momento e permitiram a entrada dos oficiais. Depois da inspeção da casa, as autoridades convidaram às irmãs a reunir seus pertences e se dirigirem ao micro- ônibus de Migrações, rumo à Managua, capital do país, por volta das 23:30h. Não houve invasão, violência, nem tampouco detenção", detalhou o comunicado.
"Chegando ao Instituto de Migração, as irmãs foram encaminhadas à uma sala de reuniões onde foi lida a ata de deportação e as irmãs foram acompanhadas até o passo fronteiriço entre Nicarágua e Honduras, com destino a San Salvador, El Salvador. Lá foram acolhidas pelas irmãs do nosso Instituto em terras salvadorenhas e se encontram bem. Nossas religiosas já se preparavam para fechar a missão de Nicarágua por questões migratórias, tendo em conta que não puderam iniciar o processo de radicação no país – que para consagrados estrangeiros é tramitado pela Conferência de Religiosos (CONFER), junto ao Instituto de Migrações. Estavam dentro do prazo de prorrogação de seus vistos. E no tempo em que lá estiveram, não sofreram perseguições. O ocorrido não teve precedentes", continuou a nota.
"Nosso Instituto manifesta profunda gratidão à Nicarágua por estes 7 anos de missão nestas terras, pela Igreja que nos abriu às portas e nos permitiu servir aos mais pobres e a cada pessoa que nos acompanhou e apoiou nosso labor pastoral", finalizou a nota.
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