Flordelis: amiga ‘treinou’ testemunhas para não envolver a ex-deputada no crime, diz neta
‘Se a gente falasse algo sobre a Flordelis, ela dizia que não’, contou a neta da pastora
Durante depoimento no julgamento sobre o homicídio do pastor Anderson do Carmo, a neta da ex-deputada e pastora evangélica Flordelis, Rebeca Vitória Rangel Silva, afirmou em depoimento, nesta quinta-feira (10), que Paula Magalhães, mais conhecida como Paula do Vôlei, simulou uma coleta de depoimento com as testemunhas do processo. O objeto da amiga e braço direito de Flordelis era instruí-las a não acusar a ex-parlamentar. Com informações da Agência Estado.
"Ela sentava com a gente e simulava que ela era a delegada. Se a gente falasse algo sobre a Flordelis, ela dizia que não. Ela fazia a nossa cabeça para chegar na DH (Delegacia de Homicídios) e não acusar a Flordelis. Se eu falasse que a Flordelis era a mandante do crime, ela cortava", contou.
Filha adotiva diz que pastora “permitiu o crime”
Segundo a primeira testemunha do dia, Roberta dos Santos, filha adotiva de Flordelis e Anderson do Carmo, disse que o assassinato só aconteceu porque ela (Flordelis) permitiu". Quando questionada se Flordelis foi a mandante do crime, ela foi taxativa: "Com certeza".
Ela contou que a família de Flordelis "não era uma família normal, mas era uma família". "Torta, errada, mas era uma família. Aprendemos a normalizar. Era uma família enorme. O Niel (apelido de Anderson, marido da ex-parlamentar) tratava a Flordelis como um Deus. O Niel tinha muito respeito por ela", disse.
Roberta negou que a mãe ou as irmãs tenham sido alvo de abuso sexual por parte de Anderson do Carmo.
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"Não existe abuso sexual. O Niel (Anderson) não era um abusador", disse. "Quando me perguntam isso, me dá um embrulho no estômago. A forma como eles estão levando isso é um deboche com mulheres que realmente sofrem abuso sexual. Isso é uma afronta. O Niel respeitava. Ele não permitia que a gente andasse de biquíni, de short curto, porque tinha muito homem naquela casa. Abuso sexual eu nunca ouvi naquela casa. É uma casa grande, tem fofoca. Se tivesse, saberíamos".
Onze pessoas já prestaram depoimentos até o momento. Ainda estão previstas as oitivas de outras 16 pessoas em defesa dos réus.
(*Emilly Melo, estagiária, sob supervisão de Hamilton Braga, coordenador do Núcleo de Política)
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