Famílias descobrem troca tripla de bebês na maternidade quase 30 anos depois; entenda

Três bebês podem ter sido trocados na maternidade no dia 5 de agosto de 1994, na cidade de Cajazeiras, no Sertão da Paraíba. A descoberta começou através de uma pesquisa de ancestralidade online no início deste ano

Hannah Franco
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Um erro na maternidade causou a troca de três bebês nascidas no dia 5 de agosto de 1994 no município de Cajazeiras, no Sertão da Paraíba. Quase 30 anos depois, o drama veio à tona para as três famílias envolvidas, após um simples teste genético para montar a árvore genealógica.

Nas últimas semanas, Luísa, Marlucy e Maria de Fátima descobriram que saíram do hospital com as filhas trocadas. Luísa deveria ter saído com Raylane. Marlucy, com Marcelma. E Maria de Fátima deveria ter chegado em casa com Milena. A história foi contada em uma reportagem do Fantástico, no último domingo (23). 

image As famílias descobriram a troca tripla 28 anos depois. (Reprodução/TV Globo)

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O caso começou a ser desvendado por Raylane Amaral, uma das bebês trocadas, que atualmente mora nos Estados Unidos. A mulher, de 28 anos, recebeu o resultado do teste genético que havia feito em dezembro de 2022 e postou no site 'My Heritage', que ajuda a encontrar perfis compatíveis de possíveis familiares distantes. A surpresa foi a notificação de que Raylane teria um irmão biológico.

A mulher descobriu compatibilidade quase absoluta com Lennon, um brasileiro de 30 anos que mora em Dublin, na Irlanda. Ao entrar em contato e explicar a situação, os dois decidiram encontrar mais informações sobre o parentesco. Lennon contou à Raylane sobre sua irmã mais nova, Milena, ter nascido em 5 de agosto de 1994. O homem também percebeu semelhanças físicas da paraibana com sua mãe, Luísa Maria

“Então, eu não sei o que dizer. Você é a cara da minha mãe. Eu não sei o que pensar. Na verdade, sempre houve uma história de que quando minha mãe estava tendo minha irmã, havia outra mulher também dando à luz na mesma sala e na mesma hora", escreveu Lennon durante a troca de mensagens com sua irmã biológica. O homem contou a novidade para a mãe, que imediatamente aceitou fazer um exame de DNA com Raylane.

image Irmãos se encontraram através da plataforma 'My Heritage'. (Arquivo Pessoal/Raylane Amaral)

Teste de DNA

No dia 2 de fevereiro, Luísa e Milena viajaram até Cajazeiras para fazer o exame de DNA, que teria resultado após 25 dias. Depois de tanta ansiedade, finalmente a conclusão confirmou que Raylane não é filha biológica de Marlucy, a mulher que lhe criou, e sim de Luísa, que criou Milena e Lennon. No entanto, apenas uma parte da história foi explicada, pois o teste mostrou apontou que Milena não é filha biológica de nenhuma das duas mulheres, e sim de uma terceira pessoa

Para encontrar o terceiro bebê trocado naquele dia, houve uma grande mobilização nas redes sociais. Raylane pediu que amigos procurassem no Facebook por mulheres nascidas em 5 de agosto de 1994 em Cajazeiras. Depois de avaliar diversos perfis, a mulher encontrou Marcelma Bezerra, que tinha muitas semelhanças físicas com sua família.

Um novo teste de DNA foi realizado no dia 29 de março entre Marcelma e Marlucy. Após 15 dias, o resultado do exame deu positivo. Agora, resta apenas Milena fazer um teste de DNA com Maria de Fátima, mulher que criou Marcelma, para dar um desfecho à essa história. Caso o resultado dê negativo, significa que mais um bebê pode ter sido trocado.

image Exame comprovou que Marlucy não é mãe biológica de Raylane e nem de Milena. (Arquivo Pessoal/Raylane Amaral)

Raylane espera encontrar um responsável pela troca dos bebês para que ele pague pelo erro. "Eu torço muito para que tenha sido um erro, um acidente… Tudo isso já é tão traumático que descobrir que isso possa ter sido feito de maneira intencional nos traria mais sofrimento. Mas espero que o/a responsável apareça e que pague por isso", afirmou.

As famílias envolvidas acionaram os advogados, que solicitaram a cópia dos prontuários médicos do dia do nascimento das meninas. Porém, a assessoria jurídica do Hospital Regional Cajazeiras, afirmou que não encontrou os dados, já que, segundo a legislação, os documentos só ficam arquivados por 20 anos. Em nota, o hospital afirma estar colaborando com os familiares para a solução do caso.

(*Estagiária Hannah Franco, sob supervisão de Tainá Cavalcante, editora web de OLiberal.com)

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