Familiares velam corpo errado e descobrem que homem dado como morto estava pescando
Parentes afirmam que pescador saiu para trabalhar em alto-mar sem avisar ninguém. Polícia apura o que aconteceu
Um homem foi dado como morto pela família, que velou um corpo errado acreditando ser do parente que havia saído para trabalhar sem avisar ninguém. O caso aconteceu nesta semana em Piúma, no Sul do Espírito Santo, e a polícia vai investigar o que aconteceu.
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De acordo com parentes, o pescador Maciel Fernandes do Santos, de 41 anos, foi pescar em alto-mar e ficou incomunicável. A sobrinha dele, Luanna Sant'anna, contou que a confusão começou na tarde de segunda-feira (9) quando houve um assassinato no bairro Céu Azul, também em Piúma.
"Chegaram lá em casa e falaram: 'olha, seu tio está morto'. Foi aquele desespero e aí minha mãe e o meu irmão foram lá, mas os policiais não deixaram eles entrarem. Eles viram só a cabeça dele. A cabeça estava toda cheia de sangue. O cabelo era idêntico ao do meu tio, e a cor negra também", disse a sobrinha.
Em seguida, segundo Luanna, os familiares começaram com os trâmites para a liberação do corpo, a fim de realizar o velório e o sepultamento da vítima. A sobrinha disse que chegou a fazer pedido de doações para que a funerária preparasse o corpo que foi levado para o Serviço Médico Legal (SML).
"Quando conseguimos contato com o meu tio, ele disse assim 'gente, eu estou vivo! Eu estou aqui trabalhando, entendeu? Não estou morto, não'", disse a sobrinha do pescador. Segundo Luanna, um amigo do pescador entrou no velório e disse que o Maciel estava pescando e que havia visto ele no dia anterior.
"Meu irmão que conseguiu entrar em contato com a colônia de pescadores e aí, pelo rádio, a gente conseguiu falar com o meu tio, que estava pescando em alto-mar. Ele estava em pescaria e bem, sem saber de nada", disse a sobrinha.
Uma jornalista que estava no velório identificou o homem que foi assassinado, Claudemir Moreira, de 36 anos. A profissional, que é amiga da família, entrou em contato com a enteada da vítima, Joyce Daniela Duarte, de 27 anos, e pediu que ela fosse até a funerária para reconhecer o corpo.
"Ele estava sumido, a gente estava procurando ele, mas a gente não achava. Ele estava velado por outra família. Em primeiro momento, senti um alívio muito grande. Só queria achar ele, seja vivo ou morto. Mas senti muita raiva, porque é muita covardia que era ele. E fiquei com muita raiva da família de ter falado que era outra pessoa. Eles conheciam o Claudemir. Para mim, foi uma mentira", disse a enteada.
De acordo com a Polícia Civil, inicialmente o corpo havia sido liberado para um familiar da vítima que reconheceu o corpo como sendo do seu irmão, já que o corpo permitia claro reconhecimento visual. Com a nova identificação, a Superintendência de Polícia Técnico-Científica (SPTC) abriu uma apuração interna para levantar informações sobre o fato.
(*Emilly Melo, estagiária, sob supervisão de Elisa Vaz, repórter do Núcleo de Política)
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