Adolescente autista é agredido enquanto voltava da escola

Adolescente de 16 anos estava dentro de um ônibus quando um grupo o atacou

Emilly Melo
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Um adolescente autista de 16 anos foi agredido dentro de um ônibus quando voltava da escola, na tarde da última quinta-feira (3), em Maricá, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. O estudante fazia o trajeto, que dura cerca de 10 minutos, sozinho quando três rapazes o atacaram. O caso foi registrado nesta sexta-feira (4). Com informações do Extra.

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Os agressores abordaram o estudante, o derrubaram e bateram nele. A vítima ficou com hematomas no pescoço, na cabeça e com cortes nos lábios. A mãe, Rosane Réde, de 48 anos, também afirmou que ele está em estado de choque

Rosane conta que o filho passou a ir e voltar sozinho da escola há pouco tempo, para dar mais autonomia, a pedido dele. Eles haviam combinado que a mediadora do jovem o colocaria no ônibus e ele avisasse a mãe quando chegasse em casa. O percurso diário da instituição onde o jovem frequenta é feito em um ônibus da Empresa Pública de Transporte (EPT). Ela diz que o garoto não conhecia os agressores.

“E ontem estava um tempo chuvoso. A mediadora me ligou porque ele estava sem sombrinha. Eu pedi para deixá-lo um pouco mais de tempo lá na escola, para ver se a chuva ia diminuir e ele ir para casa. Ele pegou o ônibus, e dentro havia três caras sentados lá trás. Começaram a puxar o short dele, aí ele ficou envergonhado, querendo se defender, né? Reclamou com um deles. E os três começaram a dar socos nele. Eles o jogaram no chão do ônibus. Bateram, machucaram a boca dele toda com socos. Ele está com a orelha roxa e cortada. Pegaram os óculos dele, o fone de ouvido também”, contou a mãe. 

Na segunda-feira (31), o adolescente encontrou com outros meninos de uniforme, de uma escola diferente, que disseram que não teria aula e que ele deveria voltar para casa. Com medo, ele decidiu mudar para outra rua, com outro ônibus, para evitar que implicassem com ele

A mãe afirmou que as agressões contra o estudante pararam somente quando uma passageira interveio, afastando o grupo e recuperando os óculos e fone de ouvido que ele carregava, mas que tinham sido pegos pelos agressores.

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Rosane contou o que aconteceu a uma amiga, também mãe de um jovem com autismo, e foi aconselhada a entrar em contato com a polícia para o registro. Por telefone, o policial de plantão indicou a ida à unidade. No local, a delegada fez o encaminhamento para exames, feitos na mesma noite e que serão anexados ao boletim de ocorrência.

Por meio de nota, a Prefeitura de Maricá diz que "'repudia veementemente a agressão sofrida" pelo estudante e "alerta que todo flagrante de agressão deve ser encaminhado às autoridades competentes para ser punido com o rigor da lei", e que considera inaceitável episódios como esse. 

Ainda segundo o texto, a "Empresa Pública de Transportes tomou conhecimento do caso após registro na Ouvidoria, na manhã desta sexta-feira (04/11) e já está em contato com o denunciante para identificar o número do coletivo e o motorista. As imagens das câmeras serão cedidas à Polícia Civil para identificação dos agressores. A conduta do motorista também será apurada para verificar se houve negligência em sua atuação. Em casos de violência flagrados por motoristas dentro do coletivo, a Polícia Militar ou a Guarda Municipal devem ser acionadas".

(*Emilly Melo, estagiária, sob supervisão de Hamilton Braga, coordenadora do Núcleo de Política)

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