Entenda o que é câncer inguinal, doença que vitimou Anderson Leonardo do grupo Molejo

Doença não tem forma específica de prevenção, mas hábitos de vida saudáveis são importantes

Camila Guimarães
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O cantor e compositor Anderson Leonardo, do grupo Molejo, que morreu na última sexta-feira, 26, fazia tratamento há mais de um ano contra câncer inguinal, de acordo com o que foi divulgado pela assessoria de imprensa da banda. A doença tem esse nome devido à região para onde o câncer se prolifera, uma vez que, geralmente, ele se origina em outro local próximo do corpo, conforme explica a oncologista clínica, Ana Paula Banhos, em entrevista para O Liberal.

"Não existe necessariamente um câncer que tenha origem na região inguinal", afirma a especialista. "Essa é uma região que fica ao final do abdômen, logo acima da coxa, abaixo da bacia e compreende uma região para a qual há uma grande drenagem de linfonodos. Os linfonodos geralmente reagem a alguma doença ou infecção, então, são uma sede de metástase, ou seja, o câncer geralmente não se origina na região inguinal, mas costuma ir para essa região".

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O que causa o câncer inguinal?

A oncologista Ana Paula Banhos explica que toda neoplasia é um tumor que ocorre pela proliferação desordenada de células. Como o câncer inguinal é gerado após um câncer originário de outra região, a especialista pontua os tipos que mais podem levar ao câncer inguinal:

"Na mulher são câncer de vulva, aparelho reprodutor feminino, colo do útero e, no homem, geralmente pênis, região inguino escrotal - geralmente as células cancerígenas desses tumores primários costumam ter como área de disciminação a região iguinal, para onde preferencialmente o tumor se prolifera", diz Ana Paula.

Como identificar o câncer inguinal?

O aparecimento de caroços ou nódulos na região inguinal costuma estar entre os principais sinais de alerta da doença, entretanto, a oncologista faz uma ressalva importante: "Isso nem sempre significa tumor, câncer. Pode ser um abscesso, uma hérnia ou outras patologia benignas - porém, o câncer tem essa característica de ser uma massa mais endurecida, grosseira, menos móvel".

"Esse tumor evolui como uma massa que pode provocar dor, sangramento, fadiga, fraqueza - quanto mais ela aumenta, mais o paciente vai ter esses sintomas sistêmicos. E, como ela está próxima à drenagem das artérias ilíacas internas e externas, da drenagem da perna, pode ser que essa massa provoque uma compressão com inchaço dos membros inferiores, que pode ser de uma perna ou de ambas".

Para o diagnóstico da doença, é necessário biópsia e a análise anatomopatológica microscópica, como explica Banhos: "Não é só por imagens. A imagem pode ser sugestiva, mas o diagóstico só é confirmado por meio da biópsia e análise dessa biópsia no microscópio".

Como é o tratamento de câncer inguinal?

Como é um câncer secundário, em relação a uma neoplasia originária, o tratamento do câncer inguinal vai depender de dois fatores: da localização do câncer primário e do seu estadiamento.

"O tratamento vai ser individualizado de acordo com o sítio primário - ou seja, se for câncer de vulva, vai ser um tratamento, se for de colo de útero, vai ser outro, se for de pênis, vai ser outro. Vai depender também de como está o câncer: se é localizado e a gente vai aplicar terapias iniciais, cirurgia, radioterapia combinada à químio, ou se é um tumor mais disseminado e a gente vai fazer uso da quimioterapia como tratamento de escolha", explica a médica.

Como prevenir o câncer inguinal?

"Não existe uma forma específica de prevenir o câncer na região inguinal, mas, assim como outros tumores, as melhores formas de prevenir seria a partir de mudanças no estilo de vida: alimentação adequada, exercício físico e, em relação aos tumores relacionados à infecção pelo vírus HPV, fazer a vacinação e usar preservativo", recomenda a oncologista.

 

Entenda os detalhes:

  • Linfonodos - também gânglios linfáticos, são pequenas estruturas que funcionam como filtros para substâncias nocivas ao organismo (como vírus e bactérias).
  • Metástase - fase da doença em que as células do câncer se desprendem do tumor principal, entram na circulação sanguínea ou linfática, se disseminam e se alojam em outras partes do corpo.
  • Neoplasia - crescimento e multiplicação anormal e descontrolada das células.
  • Artérias ilíacas - são os dois ramos que se originam a partir da bifurcação da artéria aorta, responsáveis pela irrigação sanguínea dos membros inferiores e da região pélvica.
  • Estadiamento - é o processo para determinar a localização, a extensão e o avanço do câncer.

Fonte: Oncoguia e Ministério da Saúde

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