Entenda a causa dos soluços constantes que levaram Bolsonaro a hospital
De acordo com especialistas, a condição é bem rara
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi para um hospital, na madrugada desta quarta-feira (14), após sentir dores abdominais e soluços permanentes. De acordo com ele, o problema pode ter relação com um medicamento usado por causa de um implante dentário. Ao G1, especialistas dizem que a condição é rara, confirmam que pode ter origem em algum remédio e ser intensificada pelas características pessoais de cada paciente.
O médico Flavio Quilici, professor de gastrenterologia da PUC Campinas, explica que, além de rara, a situação é muito incômoda e tem relação com o diafragma, um dos músculos principais na respiração. “Quando esse diafragma descontrai, isso faz com que você jogue o ar para cima e a glote, que é a passagem que abre para o estômago ou para o pulmão, ela fecha, e faz aquele barulho bem característico”, explica Quilici.
Quilici diz que o soluço é comum, sempre por uma irritação da enervação que passa pelo diafragma. No entanto, a permanência do incômodo por vários dias é bem rara.
“Para ele ficar tanto tempo, pode ser uma complicação esofágica, que é a doença do refluxo. E ele teve um fato também que é a cirurgia abdominal e, às vezes, as bucais, podem levar a esse estímulo”, analisa Flavio Quilici.
Tratamento
Segundo Maíra Marzinotto, gastroenterologista do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, para tratar o problema existem alguns medicamentos de uso controlado e vendidos sob prescrição médica. A profissional, contudo, defende que a melhor forma de se tratar o soluço é tratando sua origem.
“O ideal é sempre procurar a causa do soluço porque utilizar uma medicação para controlar o soluço é medicar uma consequência, assim o problema vai persistir”.
Apesar disso, ela acredita que a persistência do sintoma no caso do presidente justifica o uso de medicação. “O procedimento dentário pode justificar, mas eu acredito que já está perdurando um pouco além do que é esperado. Talvez fosse hora de entrar com alguma medicação para tentar controlar os soluços”, sugere Maíra.
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