Emas da Presidência morrem e autópsia veterinária aponta obesidade
Animais vinham sendo alimentados com restos de comida
Duas emas que viviam na Granja do Torto, uma das residências oficiais da Presidência da República, morreram neste mês em decorrência, ao que tudo indica, de alimentação inadequada. Uma autópsia preliminar identificou excesso de gordura visceral, abdominal e no fígado dos animais, o que configura um quadro de excesso de gordura. Avaliações feitas nos animais identificou que as aves estão sem acompanhamento veterinário e, em sua maioria, vivendo em instalações inadequadas. Além disso, eles teriam sido alimentados com restos de comida humana. Com informações do portal UOL.
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De acordo com apurações feitas pelo UOL, que teve acesso a documentos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e da Casa Civil, uma avaliação feita em 6 de janeiro, atendendo a pedido da primeira-dama, Janja da Silva, mostrou que a maioria dos animais que vivem nos jardins dos palácios presidenciais e estão sob a tutela da Presidência da República apresentava "bom estado geral de saúde", mas estava em "instalações inadequadas". Além disso, a gestão anterior destinou apenas um terço do orçamento anual necessário para a manutenção dos espécimes
Além das emas, o governo mantém outras espécies de aves: são 4 papagaios, 3 ararascanindé, 2 pavões, 1 periquito-de-encontro-amarelo e 1 pássaro-preto. Dez deles foram encaminhados ao Zoológico de Brasília, sob acompanhamento do Ibama, para que possam ficar em ambientes apropriados e novas mortes possam ser evitadas.
As duas emas mortas estavam na Granja do Torto, ocupada até o meio de dezembro pelo ex-ministro da Economia, Paulo Guedes. A primeira delas morreu na segunda semana de janeiro e outra, na última semana.
A autópsia preliminar identificou excesso de gordura visceral, abdominal e no fígado dos animais. A morte súbita das emas é compatível com o quadro de doenças cardíacas e hepáticas, "desencadeadas provavelmente pelo mau manejo alimentar durante os últimos anos", como apontou o relatório. O laudo final sobre as mortes deve sair em duas ou três semanas. Segundo os técnicos que fizeram o acompanhamento em janeiro, os animais estavam sendo alimentados com restos de comida humana misturada a rações. A suspeita é de que a mistura foi adotada em razão da baixa quantidade de ração disponível.
O principal problema e recomendação do médico veterinário Pedro Ivo Passos, que assina o relatório, é a falta de acompanhamento técnico por um profissional, algo dispensado pela gestão Bolsonaro. Além disso, a ausência de instalações adequadas inviabilizava os cuidados básicos, como vacinação, e afetavam até a segurança na reprodução. Muitos animais perderam seus filhotes por conta disso. Atualmente, há 17 emas na Granja do Torto e 38 no Palácio da Alvorada.
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