Educação e saúde recebem 60% de redução nos impostos no setor privado
Medida pretende evitar aumento nos preços após reforma tributária. Veja quais serviços de saúde e educação tiveram redução.
Para evitar aumento dos preços em serviços privados de educação e saúde após a reforma tributária, haverá uma redução de 60% no Imposto sobre Valor Adicionado (IVA). As reduções estão previstas no projeto de lei complementar que regulamenta a reforma tributária, encaminhado ao Congresso na última quarta-feira (24/04).
Outras atividades de cadeia produtiva curta, como serviços culturais, audiovisuais e jornalísticos também sofreram redução, evitando penalidades por aumento excessivo da carga tributária. Apesar da emenda constitucional promulgada já estabelecer os serviços que receberiam a alíquota reduzida, a proposta detalha estas atividades.
Reforma tributária
Em meio às discussões da reforma tributária, o Congresso e o Governo entraram em acordo sobre os prejuízos que o setor enfrentaria com a cobrança da alíquota cheia, de em média 26,5%. As entidades reconhecem que os serviços são prestados diretamente aos consumidores e com a presença intensa da mão de obra, dessa forma, concordam sobre a redução dos impostos. Caso a cobrança cheia se mantivesse, o resultado seria refletido em valores de cobrança elevados sobre os consumidores.
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Cumulatividade
Entre os principais pontos da reforma tributária, o fim da cumulatividade, medida que abate os tributos pagos sobre os insumos de empresas, surge em destaque. A iniciativa evita a tributação múltipla de um mesmo bem ao longo da cadeia produtiva. Nesse sistema, criado em 1960 na França e parcialmente em vigor no Brasil, a indústria de cadeia produtiva longa se beneficia em relação aos serviços de cadeia curta que se prejudicam.
Na prestação direta de serviços ao consumidor, o problema se agrava porque o abatimento de créditos tributários quase não ocorre. A alíquota cheia de 26,5% será reduzida para 10,6%, reduzindo o impacto sobre o consumidor.
O governo apresentou a proposta que agora segue para discussão no Congresso nos próximos meses. A previsão de votação na Câmara está para julho e no Senado, esperasse que até o fim do ano. Até lá, os parlamentares poderão acrescentar ou retirar serviço para receber a redução da alíquota.
Serviços de saúde e educação que tiveram redução
- Ensino infantil, inclusive creche e pré-escola;
- Ensino fundamental;
- Ensino médio;
- Ensino técnico de nível médio;
- Ensino para jovens e adultos destinado àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria;
- Ensino superior, compreendendo os cursos e programas de graduação, pós-graduação, de extensão e cursos sequenciais;
- Ensino de sistemas linguísticos de natureza visual-motora e de escrita tátil;
- Ensino de línguas nativas de povos originários;
- Educação especial destinada a pessoas com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, de modo isolado ou agregado a qualquer das etapas de educação;
- Serviços cirúrgicos;
- Serviços ginecológicos e obstétricos;
- Serviços psiquiátricos;
- Serviços prestados em unidades de terapia intensiva;
- Serviços de atendimento de urgência;
- Serviços hospitalares não classificados em subposições anteriores;
- Serviços de clínica médica;
- Serviços médicos especializados;
- Serviços odontológicos;
- Serviços de enfermagem;
- Serviços de fisioterapia;
- Serviços laboratoriais;
- Serviços de diagnóstico por imagem;
- serviços de bancos de material biológico humano;
- Serviços de ambulância;
- Serviços de assistência ao parto e pós-parto;
- Serviços de psicologia;
- Serviços de vigilância sanitária;
- Serviços de epidemiologia;
- Serviços de vacinação;
- Serviços de fonoaudiologia;
- Serviços de nutrição;
- Serviços de optometria;
- Serviços de instrumentação cirúrgica;
- Serviços de biomedicina;
- Serviços farmacêuticos;
- Serviços de cuidado e assistência a idosos e pessoas com deficiência em unidades de acolhimento.
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