'Deu a vida para me salvar', diz juíza que presenciou marido ser assassinado em falsa blitz
O policial João Pedro foi morto durante uma blitz falsa lideradas pelo Comando Vermelho
A violência marcou a noite da juíza Tula Mello na Zona Oeste do Rio de Janeiro, no domingo, 30 de março. Ela presenciou o assassinato do marido, o policial João Pedro, durante uma falsa blitz armada por criminosos. O casal voltava para casa após visitar a mãe de João Pedro, cada um dirigindo seu próprio carro. Tula vinha no veículo logo atrás.
Ao perceber que o carro do marido diminuía a velocidade diante de um veículo atravessado na pista e homens armados cercando a via, ela tentou dar marcha à ré para escapar. Mas os bandidos — integrantes do Comando Vermelho, segundo a polícia — começaram a atirar na direção dela.
Embora o carro da juíza fosse blindado, não resistiria por muito tempo aos tiros de fuzil. João Pedro, na tentativa de protegê-la, saiu de seu carro para desviar a atenção dos criminosos e acabou sendo alvejado com cinco disparos fatais. Ele morreu na hora.
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“Ele não reagiu, ele agiu para me salvar. Ele deu a vida por mim”, contou Tula Mello em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, neste domingo (6). Ela afirmou que conseguiu escapar graças ao treinamento de segurança oferecido pelo Tribunal de Justiça e às técnicas de direção defensiva que o próprio João Pedro havia lhe ensinado.
O carro de Tula foi atingido por cinco tiros — um deles acertou o para-brisa, bem à sua frente.
A investigação aponta que os criminosos haviam trocado tiros com milicianos pouco antes, em outra área de Campo Grande. Após o confronto, planejavam roubar outro veículo para substituir o que havia sido danificado. Até agora, ninguém foi preso.
Revoltada, a juíza fez um desabafo: “A violência foi banalizada e nada está sendo feito. Eu não vou me sentar como vítima. Vou agir para que haja punição e para que possamos viver numa cidade onde mulheres, homens e famílias possam circular em paz.”
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