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Delegado do caso Marielle é substituído para 2ª fase da investigação

A convite do governador do Rio, Wilson Witzel, ele fará intercâmbio na Itália

Reuters

O delegado da Polícia Civil responsável pelas investigações que resultaram na prisão de dois suspeitos da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL) fará um intercâmbio na Itália e não conduzirá a segunda fase da operação, que vai buscar descobrir possíveis mandantes do crime, afirmou nesta quarta-feira o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel.

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Segundo Witzel, o delegado Giniton Lages, que liderou o inquérito sobre os assassinatos de Marielle e de seu motorista, Anderson Gomes, ocorridos em março do ano passado, mostrava "cansaço" e "esgotamento físico", e agora vai usar seus conhecimentos obtidos no decorrer do caso para trocar experiências com a polícia italiana.

A decisão foi anunciada um dia após as prisões de um ex-policial militar e de um policial militar da reserva por suspeita de serem os executores do assassinato de Marielle e Anderson.

“O delegado Giniton acumulou muita informação e nós já estávamos trabalhando com polícias de Itália para estudar máfia, movimentos criminosos, e ele vai fazer a troca de experiência“, disse Witzel sobre o intercâmbio do delegado. “Ele vai passar quatro meses lá... não tem nenhum afastamento”, acrescentou.

O governador afirmou que a troca no comando da investigação não trará prejuízo para a apuração do caso, uma vez que as informações foram compartilhadas com outros delegados e com promotores. "Mudar um delegado não interfere, é até natural”, disse.

Nesta quarta-feira foram cumpridos novos mandados de busca e apreensão pela polícia do Rio de Janeiro em diversos pontos da cidade no âmbito da investigação. A polícia esteve em endereços de policiais militares, um bombeiro, empresários e de pessoas supostamente ligadas ao policial aposentado Ronnie Lessa, preso na véspera acusado de ser o assassino da parlamentar.

Segundo Witzel, provavelmente houve mandantes para o assassinato da vereadora.

"Daqui para frente a investigação é muito mais de uma organização criminosa, que tem documentos, testemunhas, e pode sim levar a quem ordenou a execução, se é que isso existe, mas há uma grande probabilidade que isso exista”, disse o governador.

Witzel também voltou a cogitar a possibilidade de a polícia tentar um acordo de delação premiada com os presos para se tentar identificar a suposta organização criminosa por trás do crime.

Advogados dos dois suspeitos, no entanto, disseram que ambos são inocentes.

“Ele é completamente inocente. A coisa da polícia é muito hipotética... ele tem álibis e vamos provar”, disse o advogado Henrique Telles, defensor do preso Élcio Vieira de Queiroz.

O advogado de Lessa, Fernando Santana, afirmou que "não faz sentido falar em delação por que o Ronnie é totalmente inocente... ele está indignado e nunca ouviu falar de Marielle antes do crime”.

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