Corpos de mortos na chacina do Jacarezinho tinham faces dilaceradas e diversas lesões
Operação foi considerada a mais letal da história do Rio; investigadores apuram abusos policiais
Boletins de atendimento médico de cinco dos 28 mortos na chacina da Favela do Jacerezinho apontam corpos com faces dilaceradas, lesões em diversas partes, algumas incompatíveis com ferimentos por disparos de armas de fogo. A operação Exceptis, realizada na última quinta-feira (6) é considerada a mais letal da história do Rio de Janeiro.
Nos documentos que serão analisados pelos investigadores que apuram se houve execução ou abusos policiais, o médico responsável pelos atendimentos relatou, entre outras lesões, “faces dilaceradas”, “dilacerações”, ferimentos em membros inferiores compatíveis com disparos de arma de fogo e “desvios ósseos em membros superiores”.
Em todos as avaliações, o médico assinala que os pacientes chegaram já “cadáveres”. O mesmo padrão foi mantido nos corpos levados para os hospitais Souza Aguiar e Salgado Filho.
Em nota, a Polícia Civil informou que “o fato de criminosos chegarem mortos à unidade hospitalar não quer dizer que não foram resgatados com vida”. A corporação alegou, ainda, que “as mortes podem ter acontecido no caminho ou na entrada ao hospital”.
E acrescentou que, “sobre as circunstâncias de eventuais socorros e da retirada de corpos do cenário, os fatos serão esclarecidos durante a investigação policial que está em andamento e sendo acompanhada pelo Ministério Público”.
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