Avô de tiktoker da capivara foi multado por desmatamento de floresta nativa
Elmar Tupinambá é apontado como um dos agropecuaristas responsáveis pela fumaça que encobriu a região metropolitana de Manaus desde o mês passado, segundo o Ibama
Elmar Cavalcante Tupinambá, avô de Agenor Tupinambá, conhecido pelo polêmico conteúdo de tiktoker que postou vídeos fazendo animais silvestres de pets, foi multado em mais de R$ 1,2 milhão pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas em fevereiro do ano passado. A penalidade foi devida à destruição de mais de 240 hectares de floresta nativa às margens do Rio Paraná Madeirinha e do Lago Imbaúba.
Segundo o site Intercepte Brasil, dados dos sistemas de consulta pública do Ibama e do IPAAM indicam que Elmar foi responsável por 42% do desmatamento registrado no município nas últimas duas décadas.
Além disso, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais revela que, dos 506 focos de incêndio em outubro desse ano no Amazonas, 258 ocorreram em Autazes, cidade a 112 quilômetros de Manaus e detentora da maior bacia leiteira do Amazonas. Tais incêndios foram atribuídos a agropecuaristas na região metropolitana de Manaus ao longo de décadas, sendo apontados como uma das causas da fumaça que encobriu a cidade desde o mês passado, conforme o Ibama.
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Outro agente do desmatamento em Autazes é Muni Lourenço Silva Júnior, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea). Até 2022, ele também presidiu o conselho deliberativo do Sebrae no estado, sendo multado pelo Ibama em 2016 em mais de R$ 112 mil. Em resposta ao site Intercept, Silva Júnior afirmou que a multa está sendo contestada administrativamente.
Tupinambá e Silva Júnior integram um grupo de 10 pessoas multadas em mais de R$ 100 mil por desmatamento ilegal em Autazes nos últimos 10 anos. No total, Ibama e IPAAM aplicaram mais de R$ 5,2 milhões em multas apenas no município, com valores que variam de R$ 1.800 a quase R$ 800 mil. Algumas pessoas do grupo, como Tupinambá, acumulam mais de uma penalidade.
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