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Após ser inocentada no 'caso Evandro', Beatriz Abagge fala sobre tortura e violência sexual

Na última quinta-feira (9), o caso ganhou novos desdobramentos, já que a Justiça inocentou todos os condenados, entendendo que os então acusados foram torturados para fazerem uma falsa confissão.

O Liberal

O assassinato do menino Evandro Ramos Caetano, em 1992, em Guaratuba (PR)  é bastante conhecido. Na última quinta-feira (9), o caso ganhou novos desdobramentos, já que a Justiça inocentou todos os condenados, entendendo que os então acusados foram torturados para fazerem uma falsa confissão. 
Beatriz Abagge, que estava entre os condenados, comemorou a decisão da Justiça no Encontro com Patrícia Poeta desta segunda-feira (13).

"Eu não ia sossegar enquanto a gente não provasse a nossa inocência"
Ela conta que a primeira reação ao saber da notícia foi rir, enquanto a mãe dela, Celina, que também havia sido condenada, chorava ao saber que era inocente. Porém, Beatriz ainda espera mais decisões da Justiça. Ela quer que os responsáveis pela tortura sejam condenados.

"A nossa luta terminou com a vitória. Mas começa agora uma nova luta para responsabilizar as pessoas que nos torturaram", disse.
Beatriz também falou sobre o modo que encontrou para mostrar que mentia nas fitas que gravaram as falsas confissões. Foi a partir do material que a Justiça pôde concluir que as confissões foram forçadas.

"Eu sabia que eles estavam gravando. Eu achava que eles iam nos matar, eu queria falar. E também falar 'tá' foi para mostrar que eles estavam mandando"
Após 31 anos do caso, Beatriz conta que ainda tem marcas físicas, cicatrizes, da tortura que sofreu para dar a falsa confissão. Ela e a mãe foram torturadas por quase 10 horas.

"Eu tenho até hoje marcas no meu corpo, dos choques. Sofri choque elétrico, afogamento e violência sexual"

 

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