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Ansiedade: quando reconhecer é o primeiro passo

Procurar ajuda ao perceber o aumento dos sintomas é importante. É o que relata a universitária Mayara Rodrigues.

Erica Marques / Portal ORM
fonte

“A gente sempre encara a
ansiedade no início como um desânimo, um cansaço pelo dia ruim, mas quando a
situação se agrava e toma conta do seu cotidiano, você entende a gravidade do
que está acontecendo”. Essa é a fala da estudante universitária Mayara Rodrigues,
ao comentar sobre o que a levou fazer terapia, iniciada há seis meses. O
problema foi percebido há cerca de cinco anos atrás, mas ela sentiu a
necessidade de ajuda profissional apenas em 2017.

Mayara notou que os
sintomas, antes esporádicos, tornaram-se recorrentes, a prejudicando nos
afazeres diários. “No começo, eu via a ansiedade apenas como uma consequência
do dia exaustivo que eu tinha e das coisas que não deram certo. Apenas
problemas que ocasionam crises silenciosas, passageiras, no qual você acorda de
manhã e já não dá tanta atenção pelo que passou, tratando somente como um
problema pessoal”, explica.

É normal se sentir
ansioso diante de certas atividades frequentes, porém, quando esse sentimento
foge do controle e começa a fazer parte de vários aspectos da vida, deve ser
colocado um sinal de alerta. Deyvson de Lima Reis, psiquiatra e mestre em
neurociências, explica que é necessário se preocupar com o aumento dos
sintomas. “A ansiedade é um estado emocional e está presente diariamente em
situações cotidianas, como: tomada de decisões, apresentações de trabalhos,
entrevistas de emprego, enfrentamento de situações avaliadas como nova pelo
indivíduo. Mas às vezes, surgem preocupações em excesso que resultam em
sensações de tontura, palpitação, falta de ar, suor, tremores, etc. Ao sentir isso,
a pessoa deve perceber os riscos que a doença pode causar para o seu desenvolvimento
pessoal”, esclarece.

Quando os sinais e
sintomas da doença tornam-se prejudiciais, é importante a procura de um
profissional. Para isso, o primeiro passo para a recuperação deve ser o
reconhecimento. Quando a situação se agravou, a universitária percebeu que
necessitava mais de que um amigo ou dois para conversar. “Ao notar que meus problemas
não se solucionavam somente com o desabafo, a ajuda de pessoas próximas ou o
ato de espairecer - porque eu praticamente não tinha força de vontade para sair
da cama - entendi que eu precisava mais do que apoio, amor e amizade. Precisava
de um profissional. Alguém que me ajudasse a cuidar da minha mente, que
descobrisse porquês e poderia resolver meu problema”, declara.

No Brasil, mais de 18
milhões de pessoas sofrem com algum transtorno de ansiedade, de acordo com um
levantamento realizado em fevereiro deste ano pela Organização Mundial de Saúde
(OMS). No entanto, menos da metade buscam ajuda médica, segundo a organização.
Muitas das vezes, a não procura de um profissional é resultado da falta de
informação, apoio e até medo, já que o tratamento pode ser relacionado a insanidade mental. “Há uma ideia errônea acerca do tratamento psiquiátrico. Acho que as
pessoas precisam mudar a sua visão e o estigma sobre esse tipo de tratamento e
o indivíduo que precisa dele. Dependendo do seu quadro, por exemplo, você não
precisará tomar remédios a vida inteira e nem todos os remédios estão
relacionados ao vício etc. É preciso encarar esse tipo de patologia com
normalidade”, desabafa Mayara, que há quase três meses tem feito uso de
medicamentos e tem percebido um resultado excelente.

A jovem também conta que
já sofreu de síndrome do pânico, um tipo de transtorno de ansiedade, no qual a
pessoa tem crises de desespero e medo intenso de que algo ruim aconteça. As crises
noturnas eram enxergadas pela jovem como o ápice da ansiedade.

Segundo o psiquiatra, a
síndrome de pânico possui o mesmo tratamento: antidepressivo aliado ao
acompanhamento psicológico. Além disso, o psiquiatra recomenda que o paciente
tenha hábitos de vida saudáveis. “É importante a pessoa realizar meditação, ter
uma boa alimentação, praticar regularmente exercícios físicos, sair do piloto
automático e viver conscientemente o momento presente. A sociedade atualmente
deixou de vivenciar o hoje e passou a nortear suas vidas quase que
exclusivamente por expectativa futuras”.















A luta para combater a
ansiedade é a mesma de muitas doenças. E para romper o silêncio dentro de si e
confessar que possui um transtorno é preciso coragem.
Quem
sofre desse mal, precisa perceber os sinais do corpo e se respeitar. Bem como
enxergar que não pode achar uma solução sozinho. “
Ansiedade é como uma
doença qualquer que você precisa acordar de manhã e lembrar de tomar o remédio,
precisa continuar o tratamento, persistir, pensar positivo, confiar no
profissional que te acompanha e que vai poder levar uma vida normal novamente.
Que vai conseguir controlar as coisas que não andam tão bem na sua mente e
enfrentar a vida”, destaca Mayara que afirma estar seguindo satisfeita com o
seu tratamento, pois o vê com um resultado a longo prazo.

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