Museu de Arte de Belém celebra 30 anos com portas reabertas e exposições
Após reforma, o Palácio Antônio Lemos vai voltar, o que devolve à população parte importante de sua história
Ao completar 408 anos do início da colonização portuguesa, no próximo dia 12 de janeiro, a população da cidade de Belém recebe de volta o Museu de Arte de Belém (Mabe), com seu acervo artístico e histórico. Localizado no Palácio Antônio Lemos, no bairro da Cidade Velha, o Mabe será reaberto com mostras em todos os espaços expositivos. O público poderá visitar nove salas, que trazem nomes em homenagem a artistas que possuem obras no acervo ou são reconhecidos no cenário das artes.
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Em sua estrutura o museu possui também um auditório para solenidades e uma biblioteca especializada em artes e museologia, além das divisões de Conservação e Documentação, Curadoria e Montagem; e setor Educativo. A reabertura chega após um investimento de R$ 26 milhões da Prefeitura de Belém no Palácio Antônio Lemos, que resultou nas obras.
A programação nesta sexta-feira, 12, tem início às 18h, com abertura de exposições de curta e longa temporadas. Em seguida, haverá apresentação musical com o Trio Cabano, formado pelos músicos Thiago Belém (bateria) Toninho Gonçalves (flauta), e Jacinto Kahwage (piano) e entrega da Comenda Francisco Caldeira de Castelo Branco, feita tradicionalmente para pessoas de destaque da capital paraense.
Na sala Antonieta Santos Feio, o público vai conferir a exposição “Belém no Acervo MABE”, mostra alusiva aos 30 anos de existência do museu, que revisita o poema “Para Ler Como quem anda nas Ruas”, de João de Jesus Paes Loureiro. Estarão reunidas diversas obras, entre pinturas, aquarelas, gravuras e fotografias pertencentes ao acervo do Museu de Arte de Belém, assinadas por artistas paraenses e de outros territórios.
Já na sala Theodoro Braga, será aberta a mostra “Arte na Obra”, composta de painéis das várias etapas da obra de restauro do Palácio Antônio Lemos e do Mabe. Os visitantes terão acesso também a um vídeo-arte, painéis artísticos e a depoimentos dos trabalhadores que participaram da restauração do monumento arquitetônico. Os entrevistados são pedreiros, carpinteiros, serventes, pintores, estagiários de engenharia e arquitetura, arquitetos, engenheiros e mestres de obra em ação que retratam os desafios da empreitada.
Mostras históricas
As mostras de longa duração estão localizadas no andar superior do Mabe, nos seguintes espaços: Sala Domênico, Sala De Angelis e o Salão Dourado. Nestes cômodos, as expografias remetem ao Ciclo da Borracha, com mobiliários, lustres, bronzes, porcelanas e pinturas de época. Também poderão ser visitadas as mostras nas Salas Armando Balloni, Ruy Meira, Carmen Souza e Waldemar da Costa, que trazem criações e registros de períodos mais recentes.
Na coleção de pinturas do Mabe, destacam-se as telas “Os Últimos Dias de Carlos Gomes”, de Domenico De Angelis e Giovanni Capranesi, e “Fundação da Cidade de Belém”, de Theodoro Braga. Há também como destaque um conjunto de onze telas que retratam paisagens urbanas de Belém, criadas por Antônio Parreiras, que veio a Belém também durante o período da borracha.
Desse período, são também referenciadas as obras de Carlos Custódio Azevedo e Benedito Calixto, adquiridas pelo intendente e mecenas que dá nome ao palácio: Antônio Lemos. Enquanto obras icônicas, o acervo oferece também aos visitantes representações da Cabanagem, de Romeu Mariz Filho; e produções modernas, como obras dos artistas paraenses Antonieta Santos Feio e Waldemar da Costa.
Em direção à contemporaneidade, destacam-se obras de Andrelino Cotta, Arthur Frazão, Alfredo Norfini, George Wambach, Leônidas Monte, Armando Balloni, Tadashi Kaminagai, Cândido Portinari, Dahlia Dèa, Paolo Ricci, Irene Teixeira, Ruy Meira, Benedicto Mello, Chico da Silva, Dina Oliveira, Emannuel Nassar, Luiz Braga, Pierre Verger entre muitos outros.
Acervo
A partir de sua instituição como um departamento da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), em 1991, o Mabe foi aberto ao público em 1994, passando a reunir as coleções oriundas, respectivamente, da Pinacoteca Municipal e Museu da Cidade de Belém (Mubel), do qual é originário. Este acervo reúne um conjunto significativo de obras de artistas locais, nacionais e estrangeiros; peças do mobiliário brasileiro dos séculos XIX e início do XX; e objetos de interior como esculturas, porcelanas, lustres, bronzes, pinturas, gravuras, desenhos e fotografias, além de arte cerâmica de etnias amazônicas.
Em sua totalidade, há aproximadamente duas mil obras produzidas no Brasil e em outros países, com aquisições iniciadas ainda no final do século XIX, pelo Iitendente Antônio Lemos, que idealizou a criação de uma Pinacoteca Municipal.
Segundo a direção do museu, este acervo continua a renovar-se até os dias atuais, sendo particularmente ricos os segmentos referentes às obras produzidas no contexto do período áureo da borracha e à iconografia paraense, representando cenas de Belém, de seus habitantes, como também obras contemporâneas, que refletem aspectos culturais e sociais da Região Amazônica.
"A política de aquisição de acervos realizada pela gestão atual da prefeitura permitiu que fossem preenchidas acentuadas lacunas da fotografia contemporânea paraense nas coleções MABE. Junto ao segmento das Artes Visuais da I Bienal de Artes de Belém, ocorrida em setembro de 2023, foram adquiridas um total de 27 fotografias de fotógrafos paraenses de reconhecimento nacional e internacional, dando visibilidade e aprofundando o conhecimento de uma considerável parcela de obras totalmente produzidas no Pará", diz a artista visual Nina Matos, diretora do Mabe.
Serviço:
A programação de reabertura do Mabe terá início às 18h, nesta sexta-feira, 12 de janeiro. O horário de funcionamento após a reabertura será de terça a sexta, das 9h às 17h. O Museu de Arte de Belém fica no Palácio Antônio Lemos - Praça D. Pedro II s/ nº- Cidade Velha.
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