UFPA: primeiro dia de greve de professores não teve adesão maciça
Campus no Guamá registrou movimento de professores e alunos. Manifestantes pretendem engrossar movimento em breve
O primeiro dia da greve dos professores na Universidade Federal do Pará, como parte do movimento grevista nacional da categoria nas Instituições Federais Ensino Superior (IFES), não teve adesão maciça dos docentes, nesta segunda-feira (6). Em alguns locais do campus no bairro do Guamá, como no Mirante do Rio, houve aula e provas foram aplicadas. Uma consulta pública sobre adesão ao estado de greve, feita pelo Sindicato de Professores e Professoras das Instituições Federais de Ensino Superior e da Educação Básica, Técnica e Tecnológica no Estado do Pará (Sindproifes) na UFPA, na Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) e no Instituto Federal do Pará (IFPA), de 27 de maio a 3 de junho, indicou que no universo de 345 pessoas ouvidas, 69%, equivalente em termos absolutos a 220 (duzentos e vinte) docentes participantes, assinalaram "Não"; 29%, equivalente a 119 (cento e dezenove) participantes, confirmaram "Sim", e os 2% relativos aos votos nulos equivalem a 6 (seis) votos nulos.
Dos 345 professores ouvidos, 265 são da UFPA; 34, da Ufra, e 46, do IFPA. Na UFPA, 183 votaram "Não"; 77, "Sim", e 5, "Nulos". Na Ufra, 14, pelo "Não"; 19, pelo "Sim", e 1 "nulo". No IFPA, 23 pelo "Não" e 23 pelo "Sim".
Socorro Coelho, do Sindproifes, informou que nesta quarta-feira (8), os 200 professores vinculados à entidade se reunirão em assembleia às 17 horas, para deliberar se irão aderir ou não à greve. O professor Augusto César Reis, de Matemática, transferiu a aula que daria para uma turma de alunos nesta segunda para a quarta-feira (8). Ele disse que alunos ficaram em dúvida se haveria ou não aula nesta segunda-feira.
O estudante Renan Veloso, 20 anos, estudante do 4º semestre de Artes, declarou à tarde que teve aula nesta segunda-feira (6), de 13h50 até por volta das 16 horas. Renan disse que notou a UFPA vazia, mas com atividades. "Está tendo atividades, porque alguns professores fizeram votação dentro dos próprios cursos, como na Faculdade de Artes Visuais, eles decidiram fazer a votação e decidiram continuar tendo as aulas durante a greve", relatou.
Uma estudante de Biotecnologia, que preferiu não se identificar, disse nesta segunda-feira (6) que no Instituto de Ciências Biológicas da UFPA não querem grevar, porque a pandemia atrasou o ensino e uma greve agora iria prejudicar muito o semestre letivo.
Arthur Martins, 23 anos, estudante de Química, disse que teve aula de 11h10 às 12h50. Ele nota que alguns professores e alunos não são favoráveis à greve, por se tratar de final de semestre.
Mobilização
A professora Adriane Lima, diretora da Associação dos Docentes da UFPA (Adufpa), entidade ligada ao Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), que puxa a greve nacional, declarou que 90% dos professores da UFPA aderiram ao movimento grevista em Belém, Altamira, Castanhal, Breves Cametá e Bragança. "Alguns docentes encaminharam ao comando da Greve os pedidos de excepcionalidade, a fim de concluir as atividades em andamento", informou a Adufpa.
Os professores defendem a universidade pública, transporte para a Universidade e a recomposição salarial (a categoria informa que está há 5 anos sem reajuste). Adriane Lima disse que a Adufpa pretende unificar categorias na greve, informando que estudantes deverão participar de um ato no dia 9, às 8 horas, no Mercado de São Brás. No dia 8, os técnico-administrativos farão assembleia no dia 8, para deliberar se entram ou não em greve.
Sobre aulas e provas no campus Guama no primeiro dia da greve, a diretora da Adufpa destacou que são excepcionalidades, relatando que as pessoas nessa situação enviaram comunicado ao Comando de Greve solicitando a realização dessas atividades.
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