Tradição de São Cosme e Damião é mantida com cuidado pelos terreiros de Belém

Vito Gemaque
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A tradição de distribuir doces e bombons no Dia de São Cosme e Damião está mantida em Belém pelos terreiros de religiões afro-brasileiras. Em diferentes bairros da capital vários locais distribuíram as guloseimas para homenagear as crianças e as entidades divinas das religiões. Neste ano por causa da pandemia a distribuição ocorreu com vários cuidados como limitação de pessoas nos terreiros, medição de temperaturas, permissão de entrada apenas com máscaras e distribuição de álcool em gel para as mãos. 

No bairro do Marco, a mãe Mametu Nangetu, de 74 anos, mantém há mais de 50 anos, a distribuição de brindes e doces para a criançada. “Nosso entendimento de povos tradicionais de comunidades é que hoje é um momento de homenagear os oduns, os erês, as crianças dos nossos filhos e do nosso bairro. É uma marcação para saberem que aqui é um território e é o momento de se confraternizar de distribuir o caruru, galinha, arroz e macarrão. Hoje além de distribuir os bombons também estaremos distribuindo as máscaras”, disse.

Em outro templo, o Mina Nagô Cosme e Damião, localizado na José Pio, entre 14 de Março e o canal da Soares Carneiro, no bairro do Telégrafo, a distribuição ocorre também há várias décadas. A festa ocorreu com muito canto, batuque, comidas e doces. “O terreiro leva o nome de Cosme e Damião por devoção a eles. Então, essa é a nossa maior festa do ano a eles e também às crianças da comunidade que são atendidas aqui. Nesse dia fazemos a entrega de brinquedos, a tradicional entrega de bombons e sempre que podemos fazemos a entrega de comida porque é uma área com muitas crianças carentes”, detalhou o abatazeiro - uma espécie de assistente do terreiro - Edimar Lima.

Uma das pessoas que se mantém na tradição é Laires Aragão, que levava os filhos para o Dia de São Cosme e Damião, e agora está junto com os netos. “Já venho há muito tempo, tem uns 25 anos. Trazia meus filhos antes, agora estou com meu sobrinho neto o Inácio de sete meses e Amanda de quatro anos. A gente vem procurar um pouco de paz, que a gente sente aqui, o seu Mundeco, responsável pelo terreiro e as pessoas daqui fazem um divertimento que está acabando, mas a tradição sempre foi boa, traz alegria para os moradores e para as crianças, é coisa do bem”, agradeceu.

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