Trabalhadora doméstica espera quatro meses por perícia no INSS para comprovar câncer
Trabalhando pouco até ser afastada de vez, ainda no ano passado, ela agora está prestes a ser internada no Hospital Ophir Loyola e ainda não conseguiu ser atendida, após dois reagendamentos

Suzete Pereira de Souza, de 49 anos, foi diagnosticada com um câncer. A doença foi descoberta após vários exames para identificar o que estava acontecendo com a perna dela, que apresentava um inchaço e causava dor intensa. A patroa dela, que prefere ter a identidade preservada, tem tentado ajudar. Porém, até agora a trabalhadora doméstica ainda não conseguiu fazer a perícia no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Nas últimas duas tentativas agendadas, sequer passou da porta e o atendimento foi reagendado.
A próxima tentativa de atendimento será na quinta-feira (15). É a terceira, após mais de quatro meses de espera pela primeira oportunidade de ser avaliada pelo INSS. Ela segue sem condições de trabalhar e a patroa afirma estar ajudando financeiramente, com consultas particulares e auxílios de alimentação. Só que a trabalhadora tem direito ao benefício e não consegue comprovar. Nesta terça-feira (13), Suzete começou a ser atendida pelo Hospital Ophir Loyola e pode ser internada antes da perícia médica ocorrer.
"Já faz cinco anos que ela trabalha comigo. Quando começou a pandemia, nós reduzimos os dias de serviço dela até que ela começou a reclamar das dores na perna. Foi inchando e chegamos a pensar que fosse elefantíase. Não sabíamos que era câncer. Os exames foram seguindo para diagnosticar. Ela ia sendo afastada, 30 dias, 30 dias, mais 30 dias até que num exame o diagnóstico para câncer foi positivo. Vínhamos tentando marcar pelo INSS para ela obter o benefício e se cuidar com calma. Só conseguimos, no dia 8 de janeiro deste ano, marcar a perícia", disse a patroa de Suzete.
O dia da perícia era 1º de abril. Não passou nem da porta e foi informada que seria reagendado para o dia 8. No dia 8, com a saúde cada vez mais fragilizada, retornou e novamente não foi atendida, com remarcação para o dia 15 e relatos de grosseria de um agente de segurança do INSS. A sobrinha de Suzete é que tem acompanhado ela a cada etapa sem sucesso de ser atendida. Suzete tem estado sob efeito de medicações fortes. A sobrinha e a patroa pedem sensibilidade ao caso de Suzete, que possivelmente pode estar ocorrendo com vários trabalhadores por todo o Brasil.
A Redação Integrada de O Liberal entrou em contato com a Assessoria de Imprensa do INSS, que informou que vai levantar o caso e emitir um posicionamento, sobre a demora excessiva e reagendamentos de procedimentos já marcados.
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