Terapia holística: em Belém, mulheres apostam no ramo das práticas integrativas para saúde
Métodos holísticos visam equilibrar a saúde física, emocional, mental e espiritual para uma vida mais saudável
No cenário em constante evolução das práticas de saúde e bem-estar, fundamentada na ideia de que todas as partes do ser humano estão interligadas e têm influência mútua, a terapia holística emerge como uma abordagem integrativa que vem ganhando cada vez mais espaço, buscando harmonizar o corpo físico com a disposição entre mente e espírito. Em Belém, algumas mulheres reforçam seus nomes em empreendimentos desse ramo.
Para Lorena Franco, engenheira de produção de Belém que resolveu empreender no ramo da saúde voltada para as terapias integrativas, a holística é reflexo do autoconhecimento e autocuidado. “As terapias holísticas são terapias que enxergam o ser humano como um todo, sabendo que existe uma interligação entre as categorias físicas, mentais, emocionais e espirituais. A gente vê o indivíduo como um conjunto de situações e histórias”, explica.
Com suas raízes em antigas tradições curativas que unem várias culturas, os procedimentos holísticos visam tratar a saúde de forma diferente dos tratamentos convencionais, considerando fatores físicos, emocionais, mentais e espirituais como interconectados e igualmente relevantes, e são desenvolvidos com uma abordagem integrativa e complementar. Dentre essas terapias, as mais comuns são acupuntura, reiki, aromaterapia e mindfulness.
De acordo com Lorena, esse processo resulta, na maioria das vezes, em mudanças no estilo de vida, na conscientização e práticas sobre padrões de pensamento e comportamento.
“As terapias integrativas abrem um leque de possibilidades muito grandes. Às vezes estamos muito presos no problema, ou uma doença, e a gente acha que é só um remédio que vai nos curar ou fazer ficar melhor. No entanto, após a terapia a gente vê que não [é bem assim], que essa cura vem do dia a dia e do cuidado que a gente se dá. Existe a pessoa antes e depois das terapias integrativas”, afirma.
Aromaterapia
Dentro dos espaços, uma das terapias holísticas mais procuradas é a aromaterapia. Idehize Furtado, enfermeira e aromaterapeuta de Belém, diz que o processo de tratamento inicia quando a pessoa deseja ser cuidada. “É uma consulta: eu escuto, a pessoa vai me dizer o que sente e, dentro disso, faço a análise clínica para fazer um teste olfativo. Se a pessoa gostar do cheiro, a gente usa. Se não gostar, entendemos que ela precisa desse cheiro, mas ele não pode ser forçado”, descreve.
Segundo Idehize, pessoas ansiosas ou com problemas emocionais, especialmente mulheres, são as que mais procuram o tratamento. Além disso, as buscas carregam a característica “de se sentirem vazias, do cansaço, coração acelerado e dores”.
“A gente monta um plano individual conforme a necessidade da pessoa. Afinal, cada pessoa tem uma vivência, uma experiência de vida. A ansiedade que uma pessoa pode apresentar não tem a mesma causa da pessoa B ou C”, comenta sobre a individualização do procedimento.
Cuidados necessários
A procura por óleos essenciais na rotina das pessoas tem sido uma atividade crescente. A aromaterapeuta avalia o fator como perigoso, já que a utilização desses óleos sem um profissional habilitado pode resultar, em alguns casos, até na intoxicação pelo produto. “Comprando aleatoriamente o óleo, a pessoa pode estar trazendo um prejuízo para si e para a natureza, porque aquele óleo que está sendo adquirido pode não ser a necessidade e aí é gasto dinheiro, recursos da natureza e pode trazer prejuízo para a saúde”, diz Idehize Furtado.
“Os óleos essenciais tem partículas químicas. Em um medicamento pode ter dois a três princípios ativos e em um óleo essencial pode ter de vinte a quatrocentos. Então, a depender da situação que, por exemplo, uma pessoa estiver utilizando uma medicação, isso pode ter uma interação medicamentosa [quando há a oposição de efeito do fármaco por outro fármaco ou substância ingerida], que acaba ocasionando um problema”, alerta.
Serviço público
Há cerca de três anos, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) desenvolve o programa Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS), uma política nacional implantada em Belém, com o objetivo de oferecer métodos de prevenção e recuperação da saúde a partir de conhecimentos tradicionais. Entre as vantagens da medida estão a diminuição de prescrições de medicamentos nas unidades de saúde, fazendo cair também a quantidade de doenças atreladas aos efeitos colaterais de medicações.
No sistema público, é possível acessar terapias alternativas como quiropraxia, que atua no diagnóstico, tratamento e prevenção das disfunções mecânicas do sistema ‘neuromusculoesquelético’; reflexoterapia, que utiliza estímulos em áreas reflexas do corpo, como mãos e pés, para eliminação de toxinas, sedação da dor e relaxamento; shantala, que utiliza a imposição das mãos para canalização da energia vital visando promover o equilíbrio energético; entre outras. Confira:
Terapia comunitária integrativa, yoga, terapia floral, aromaterapia, arteterapia, biodança, bioenergética, cromoterapia, dança circular, imposição de mãos, meditação, musicoterapia e fitoterapia.
Algumas das modalidades terapêuticas mais comuns:
Acupuntura – técnica milenar que consiste na aplicação de pequenas agulhas em pontos de confluência energética e atua sobre os nervos. Acredita-se que a estimulação desses pontos restaura em alívio em diversas condições físicas e emocionais;
Reiki – prática terapêutica que envolve a canalização de energia através das mãos do praticante para promover equilíbrio e cura no corpo e mente;
Aromaterapia – prática terapêutica que utiliza óleos essenciais extraídos de plantas para promover o bem-estar físico e emocional. Esses óleos são inalados, aplicados na pele ou usados em difusores para estimular diferentes respostas no corpo e na mente; e
Mindfulness – ou consciência plena, é um conjunto de práticas junto a uma técnica chamada Terapia Multidimensional (TMD) e tem como principal objetivo a consciência do ser integral, como matéria, energia, multidimensionalidade, sistemas e ancestralidades.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA