Servidores da Funpapa fazem ato cobrando materiais para atendimento em abrigos

Um ato de funcionários da Fundação Papa João XXIII (Funpapa) ocorre na manhã desta sexta-feira (28) na avenida Romulo Maiorana com Timbó, no Marco. Cerca de dez servidores estão com placas e faixas na sede da fundação e não pretedem fechar a rua. Segundo os funcionários, o ato durará até que eles sejam atendidos pela direção.

Eles denunciam falta de materiais e recursos em diversas unidades e abrigos mantidos pela Prefeitura Municipal de Belém. Segundo afirma Rayme Sousa, vice-presidente da Associação dos Funcionários da Funpapa, a falta de materiais ocorre desde antes da pandemia, mas com as restrições da covid-19 a situação se agravou nas unidades municipais mantidas pela Funpapa.

Segundo diz a assiciação de servidores, faltam recursos para a manutenção de transportes, que estariam suspensos para serviços em diversas unidades, e também estão escassos materiais de limpeza, alimentos, água e higiene para o atendimento nos abrigos.

Funcionários dizem que não têm EPIs (Igor Mota / O Liberal)

"Também não há EPIs para enfretar pandemia. Os kits são entregues incompletos", diz Rayme Sousa. Segundo os servidores, os locais com situação mais crítica são os Centros de Referência em Assistência Socioal (CRAS) da Pedreira e Cremação; o Abrigo Dulce Acioli, que acolhe meninas infratoras, na Humaitá entre João Paulo II e Almirante Barroso; e o Centro Pop de São Brás.

Funpapa admite falta d'água reuniu com servidores

A Redação Integrada de O Liberal já entrou em contato com a Fundação Papa João XXIII (Funpapa) para ter respostas do órgão para os questionamentos e denúncias feitas pelos servidores. Em nota, a fundação disse que "desde o início da pandemia disponibilizou EPIs (luvas, máscaras, álcool 70 líquido e em gel) para os servidores. Inclusive na semana passada receberam novas remessas que incluem (bata, luvas, óculos, álcool, máscaras, bata, touca, face shield) inclusive comprovamos a entrega e as medidas necessárias ao Ministério Público do Trabalho".

Sobre a reclamação de falta de água nos locais de trabalho, a Funpapa admite que isso "não é um problema isolado da Funpapa". Segundo a fundação, o fornecedor vencedor da licitação anterior "teve problemas no fornecimento, por conta da pandemia e, com isso, não foi possível continuar com o fornecimento de água para todos os órgãos e entidades da Prefeitura". 

Segundo diz a Funpapa, para continuar atendendo às necessidades das unidades a Funpapa instruiu uma "dispensa emergencial para aquisição de água e, está liberando adiantamento de despesas as unidades solicitantes para compras de pronto pagamento dentre as quais, água".

Em relação à falta de papel higiênico, a Funpapa diz que "o item está disponível em estoque, no almoxarifado, e todas as unidades estão sendo atendidas conforme solicitação".

Sobre as reclamaçõe referentes à alimentação, a fundação disse que essa "está sendo garantida", e também afirmou que "está finalizando um novo processo licitatório". A instituição afirma ainda que "está com novo contrato vigente, decorrente de adesão à ATA da Fmae", enquanto finaliza a "aquisição regular conforme demanda de 12 meses para todos os espaços".

Sefundo diz ainda a Funpapa, a entrega dos materiais "é realizada de acordo com planejamento e cronograma, respeitando as unidades que atendem às situações de prioridades e, ainda levando em consideração as restrições de logística e transporte". 

Sobre os problemas de transporte, a fundação diz que o processo licitatório para locação de veículos com motorista "foi iniciado ainda com contrato vigente". Segundo a Funpapa, "existem prazos para finalizar todas as etapas", e teria sido realizado um "contrato emergencial por 30 dias para garantir os serviços". 

A Funpapa diz ainda que "todas as informações sobre os recursos disponibilizados para Funpapa estão no Portal da Transparência, devidamente alimentado". A fundação disse ainda que o diretor administrativo da Funpapa recebeu dois representantes da comissão e esclareceu os pontos questionados pelos servidores.

Ato será mantido até serem ouvidos pela Funpapa (Igor Mota / O Liberal)