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Senador defende monitoramento das redes sociais para evitar ataques nas escolas brasileiras

“Isso é muito importante: Polícia Federal, Polícia Civil, a direção da escola, porque há sempre indicações de que alguma violência pode acontecer”, disse, em Belém, o senador Flávio Arns, presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado

Dilson Pimentel

É importante monitorar as redes sociais para evitar possíveis ataques nas escolas. É o que afirmou o senador Flávio Arns (PSB-PR), presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado. Na segunda-feira (12), ele participou, em Belém, de uma programação do Conselho Nacional de Educação para debater, com autoridades do setor, os rumos da educação no Brasil. Confira a entrevista do senador à Redação Integrada do jornal O Liberal.

Senador, quais são os principais desafios da educação no Brasil?

Nós tivemos, no decorrer da pandemia, a constituição de uma subcomissão denominada “Educação na pandemia”, que eu tive a honra de presidir. Durante as 20 audiências públicas que fizemos, nós apontamos seis áreas principais. As crianças terem acesso à escola: transporte escolar, busca ativa de crianças, mostrar que a escola é importante, educação em tempo integral, merenda, atendimento adequado, infraestrutura das escolas.

Há também a questão de banheiro, quadras de esportes, biblioteca, água potável, esgotamento sanitário. Uma coisa muito importante é a recomposição da aprendizagem porque, na pandemia, uma criança entrou, vamos dizer no primeiro ano teve que parar em março, porque começaram os cuidados no início do mês de março e retornou praticamente no terceiro ano. Entre o primeiro e o terceiro houve um lapso. O orçamento e a valorização dos profissionais da educação.

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E qual a prioridade neste momento?

Agora, no momento, a gente está se dedicando muito ao Plano Nacional de Educação, que tem a validade de 2014 a 2024. Então nós já estamos fazendo o debate disto. O debate sobre a violência nas escolas. Fizemos várias audiências públicas. Em duas semanas estaremos aprovando o projeto, bem cuidadoso, no Senado Federal nesta área. A Lei de Responsabilidade Educacional. A gente tem a responsabilidade fiscal.

Agora, de acordo com o Plano Nacional, vamos ter a Lei de Responsabilidade Educacional para que os governadores e prefeitos apresentem, nas assembleias e nas câmaras municipais, os objetivos a serem alcançados na área da educação.

E estamos debatendo o novo ensino médio, que é um drama no Brasil. Constituímos inclusive uma subcomissão na Comissão de Educação para tratar especificamente do novo ensino médio.

No evento em Belém, o senhor falou sobre as pessoas com transtorno do espectro autista...

Sim. E tudo isso se aplica à pessoa com transtorno do espectro autista. Nós queremos que ela vá para a escola, que ela permaneça na escola, que ela tenha aprendizagem, que a escola tenha infraestrutura para atendê-la de maneira adequada, que haja profissionais competentes, organizados, valorizados financeiramente inclusive, para fazerem cursos e formação continuada.

O senhor tocou num ponto crucial que é essa violência nas escolas. Como fazer esse enfrentamento correto?

É um debate grande. Não há uma solução fácil para você combater a violência nas escolas ou contra as escolas. Nós temos que ter, na nova legislação, alguns parâmetros. Nós não entramos nesse detalhe de ter catraca ou ter coisa eletrônica, porque isso cada escola se sentir que é necessário pode fazer.

Mas uma organização da escola para se preparar para coisas que possam redundar em problemas de violência. Como, por exemplo, monitorar as redes sociais. E isso é muito importante: a Polícia Federal, Polícia Civil, a direção da escola porque há sempre indicações de que alguma violência pode acontecer. Você ter a possibilidade dentro da escola de acordo com a discussão de professores que se faz no plano de segurança para que haja a denúncia, de forma anônima, por parte dos alunos ou dos professores em relação a coisas que estejam vendo nas redes sociais.

Cuidar muito particularmente, e por causa da pandemia, da área da saúde mental. Porque há muitos casos de depressão, de medo, de pânico. E essas crianças e jovens e professores e famílias emitem os sinais para isso também.

Então esta articulação da saúde com a educação. Nós mandamos, no ano passado, para o Ministério da Educação e para o Ministério da Saúde, um documento dizendo que essa articulação tinha que acontecer, preparar educadores nesse sentido. Ter o apoio de fora também da escola. Os professores, muitas vezes, são bons professores, na maior parte das vezes bem preparados, competentes. Porém tem que ter o apoio de pessoas da área da saúde mental para orientá-los.

E, até se possível, ter essas pessoas dentro da escola, com recursos do próprio Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), como psicólogos, assistentes sociais. Não para fazerem a clínica. Porque, às vezes, há casos de alunos que precisam de um atendimento clínico. Aí seria junto com o SUS também. Mas o psicólogo, o assistente social para participarem da equipe pedagógica da escola.

 

 

Belém