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Em Belém, senador defende ações articuladas para as pessoas com transtorno do espectro autista

Flávio Arns participou da programação do Conselho Nacional de Educação para debater, com autoridades do setor, os rumos da educação no Brasil; evento começou nesta segunda-feira (12) e terminará na quinta-feira (15)

Dilson Pimentel

“Todas as soluções que pudermos encontrar para a pessoa com transtorno do espectro autista servem também para todas as deficiências. O paralisado cerebral, a pessoa com deficiência intelectual, as pessoas cegas e surdas...Todas essas pessoas precisam de fisioterapia, fonoaudiologia, precisam do diagnóstico, precisam de casas lares, de residências, as famílias precisam ser apoiadas”. É o que afirmou, nesta segunda-feira (12), o senador Flávio Arns (PSB-PR), presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado.

Ele participou, em Belém, de uma programação do Conselho Nacional de Educação para debater, com autoridades do setor, os rumos da educação no Brasil. O encontro conta com apoio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), começou nesta segunda-feira e prosseguirá até quinta-feira (15), no hotel Princesa Louçã.

Em entrevista à Redação Integrada, o senador disse que o Conselho Nacional de Educação (CNE), órgão máximo normativo no Brasil, tomou uma "iniciativa interessante" de realizar reuniões descentralizadas, que, desta vez, ocorrem no Pará. E ele foi convidado, na condição de presidente daquela comissão do Senado, para colaborar nos debates, em particular em relação à pessoa com transtorno do espectro autista.

“Todos nós no Senado, senadores e senadoras, estamos fazendo um esforço importante para que hajam políticas públicas, legislação, normatizações adequadas para o atendimento dessas pessoas, apoio para as famílias. Também a preparação de profissionais para que isso possa ocorrer de maneira adequada e, principalmente, em sintonia com as entidades”, disse. 

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“A gente está escutando as entidades, os pais, as pessoas da área para trabalharmos de maneira articulada, para que as preocupações dessas pessoas sejam as preocupações do Senado Federal”, afirmou. No evento, o senador Flávio Arns fez, à tarde, uma palestra sobre os desafios da pessoa com transtorno do espectro autista.

“Transtorno significa que você pode ter uma variedade muito ampla de pessoas que apresentem esse quadro e todas elas têm que ser bem atendidas na sua caminhada pela vida”, disse. “Isso significa desde a concepção e antes da concepção já com apoio para as famílias até quando for necessário. Então, nesse sentido, os pais e as entidades já trouxeram preocupações grandes em termos por exemplo do diagnóstico bem precoce, que é uma necessidade, o atendimento posterior com profissionais. Atendimento multissetorial, que é fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia, educação, assistência social, trabalho, todos articulando serviços de uma maneira assim coordenada”, afirmou.

É importante conscientizar a comunidade sobre o que seja o transtorno do espectro autista

Há, também, os desafios na educação. “Como é que essas pessoas poderão ser bem atendidas e em que contextos educacionais, como organizar esses contextos, como as pessoas terem apoio para que isso aconteça com bastante qualidade? Além da saúde, educação, há a assistência social porque há necessidade, por exemplo, de casas lares, de residências", disse. 

"Uma discussão assim bastante importante que acontece por parte dos pais: ‘como é que vai ser o atendimento do meu filho que não tiver obtido uma independência para a vida? Quem é que vai atender ou atendê-la quando eventualmente os pais não estiverem mais fazendo esse trabalho? Ao mesmo tempo o cuidado que se deve ter com o próprio pai, com a mãe; ter políticas públicas a favor dos cuidadores. Mas, para que eles tenham força e energia para que isso possa acontecer, é importante conscientizar a comunidade sobre o que seja o transtorno do espectro autista, o que que pode ser feito, como que pode ser feito”, afirmou.

O senador afirmou que há um conjunto de necessidade já levantadas sobre o tema. “Em reuniões com entidades, com pais, passamos essas necessidades todas para a consultoria do Senado, que as organizou em alguns grupos principais”, disse. 

O Conselho Nacional de Educação é um órgão independente ligado ao Ministério da Educação (MEC). Entre suas principais atribuições está a representação contínua dos interesses sociais nas tomadas de decisões do Governo Federal. O CNE é responsável por auxiliar o MEC na formulação de políticas públicas educacionais, como a Base Nacional Comum Curricular estabelecida em 2017.

 

Belém