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Rio Sapucajuba fica em Belém? Conheça o local que recebe cuidados de alunos e professores da UFPA

Na manhã desta terça-feira (15/10), uma programação alusiva ao Dia do Professor foi realizada com atividades de Educação Ambiental no rio

Dilson Pimentel e Lucas Quirino*

Em alusão ao Dia do Professor, celebrado nesta terça-feira (15/10), alunos e professores da Universidade Federal do Pará (UFPA) realizaram pela manhã, uma programação especial com atividades de Educação Ambiental ao longo do Rio Sapucajuba, que corta o Campus de Saúde da Universidade, em Belém. A ideia é reforçar o cuidado com os recursos hídricos na capital paraense, principalmente, por meio de atividades que contribuam para a valorização e preservação das águas.

A professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da UFPA, Ana Cláudia Cardoso, explicou que a área por onde o Rio Sapucajuba percorre é um fenômeno raro em Belém, pois ele possui 4 hectares de mata ciliar ao redor. “Estamos querendo dar visibilidade para isso, mostrando que as cidades podem conviver com esses tipos de espaços. Eles têm muitas funções ecológicas, sociais e, eventualmente, se não estivessem dentro do campo, também econômicas. E essa é uma maneira da gente começar a se adaptar à crise climática que a gente está vivendo", pontua a docente.

projeto da UFPA destaca importância da educação ambiental no Rio Sapucajuba, em Belém

A programação contou com alunos e professores de diversos cursos, como de Oceanografia, Engenharia Ambiental, Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, entre outros. “Nós estamos tentando entender esse ecossistema presente no Rio Sapucajuba. Por exemplo, identificamos paisagens aqui que são de transição, tem plantas que ficam na transição entre a água e a terra mais firme. A gente entende aqui como é que o processo de contaminação da terra firme também afeta essas águas”, explica a professora. 

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Função social do rio e recomposição das áreas

Um dos objetivos da ação é criar espaços apropriados de integração entre o homem e a natureza. “Nós temos aqui na Universidade mais de 1.500 estudantes indígenas e 2.500 estudantes quilombolas. Para eles isso é um oásis. Então isso aqui pode ser um espaço de integração muito didático, um espaço cidadão”, avaliou a professora Ana Cláudia Cardoso.

Ela acredita que, em 10 anos, o ecossistema que compreende o Rio Sapucajuba vai estar diferente, após o processo de recomposição. Tornando um lugar para a população da região usufruir.

image Ana Cláudia Cardoso, professora titular da UFPA de Urbanismo (Foto: Ivan Duarte | O Liberal)

“No passado, isso teria sido facilmente transformado em área de estacionamento, com aterro. Mas percebemos que, quando chega no mês de abril, com a maré alta e lua cheia, a água do rio cobre a rua de acesso. Então, a gente já está com uma cobertura de 20 centímetros de água sobre esse asfalto. A nossa referência de 3 metros e 60 centímetros do passado já era. Agora são 3 metros e 80 centímetros. Encontramos aqui esse espaço absorvendo isso. Ele é uma espécie de área de retenção de acomodação. É muito importante ter isso aqui”, detalha Ana Cláudia.

O grupo acredita que é uma oportunidade dos espaços de serviços da Universidade se beneficiarem com essa recomposição, como o Hospital Universitário Betina Ferro e as faculdades de Odontologia, Farmácia, Fisioterapia e outras. “Todo esse coletivo recebe pessoas que vêm pelo SUS ou se inscrevem para receber serviço. E aqui há ainda muita necessidade de apoio para que essa clientela seja bem atendida. A gente precisa ainda resolver a acessibilidade”, conclui.

Sociabilização entre comunidade acadêmica e moradores

Cintia Sousa, mestranda do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e Urbanismo, contou que a ação promove a ideia é garantir um espaço de socialização entre a comunidade acadêmica, moradores e o Igarapé Sapucajuba. 

image Cintia Sousa, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da UFPA (Foto: Ivan Duarte | O Liberal)

“Também valoriza essa forma de contato com a natureza que foi rompida aqui na região Norte, por meio muitas políticas que trouxeram retificação de rios, macrodrenagem e acabaram rompendo esse elo ribeirinho que a região Norte nasceu a partir dessa vivência. Deixar claro que a gente pode se relacionar com esse espaço hídrico, pode ter contato, pode ser uma área de lazer e não poluir, principalmente se observamos que aqui na região do rio existem alguns moradores que já têm essa consciência ambiental, que já começaram a ser sensibilizados por meio do projeto de extensão e tem uma mudança de percepção com o ambiente aquático”, disse a estudante.

*Lucas Quirino (Estagiário sob supervisão de João Thiago Dias, coordenador do núcleo de Atualidade)

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