Quelônios do Mangal das Garças entram em processo de reprodução
A espécie corre o risco de entrar para a lista dos animais ameaçados de extinção em decorrência da caça
Quelônios do Parque Zoobotânico Mangal das Garças, em Belém, entram em processo de reprodução no período de fim de agosto até o mês de novembro. Tartaruga-da-Amazônia, a Aperema e a Tracajá são as três espécies da subcategoria dos répteis da ordem Testudines, presentes no parque, que irão colocar uma variada quantia de ovos no morro - um local de superfície arenosa, próximo ao Farol de Belém. Estima-se que os quelônios produzam cerca de 50 a 100 ovos por estação reprodutiva.
“É provável que o período de reprodução destas tartarugas comece no dia 30 de agosto, porém, com o tempo e a temperatura atípicos deste ano, ainda não se pode confirmar com exatidão quando estes animais iniciarão a oviposição”, explica Basílio Guerreiro, biólogo do parque.
Ainda segundo o biólogo, o calor também determina o sexo das tartarugas e das outras espécies de répteis de modo geral. “A natureza tem uma forma inusitada de determinar o sexo dessas espécies. Os machos eclodem dos ovos que ficam mais afundados na terra. Esses ovos sofrem menos interferência climática e a temperatura é mais fria. Já as fêmeas, eclodem dos ovos da parte de cima dos ninhos. Estes sofrem mais interferência da temperatura e são mais aquecidos. Enzimas são ativadas de acordo com a temperatura e isso faz a diferenciação sexual”, explica Basílio.
A equipe técnica do Parque Zoobotânico acompanha estas tartarugas em todas as etapas da vida. Isso contribui diretamente na preservação destas espécies, que correm o risco de entrarem para a lista dos animais ameaçados de extinção em decorrência da caça. “Esses animais são muito perseguidos na região amazônica, uma vez que os ovos, segundo a tradição regional, possuem propriedades afrodisíacas, além de serem muito saborosos”, comenta o biólogo.
O Mangal das Garças é referência na proteção à reprodução dessas espécies, que, além de um local adequado para a oviposição, recebe todos os cuidados de que precisam pela equipe técnica do Parque.
(Bruna Ribeiro, estagiária, sob supervisão de Jorge Ferreira, coordenador do núcleo de Atualidades de O Liberal)
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