Queda de árvores em Belém aumenta mais de 300% em 2023
Serviço de poda ajuda a diminuir os riscos de incidentes com árvores e preserva a saúde dos vegetais
Quedas de árvores em Belém são fenômenos comuns durante o período chuvoso. De 2022 para 2023, o número desse tipo de sinistro cresceu 318,18% na cidade, segundo dados da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma): foram 11 registros no ano retrasado e 46 no ano passado. Só este ano, a Semma já contabilizou 20 quedas. Uma das ações que ajudam a prevenir esse tipo de incidente é a poda dos vegetais – serviço que é feito pela Secretaria principalmente no período de ‘verão amazônico’, mas durante o tempo chuvoso é realizado para reparar possíveis problemas. Só no ano passado, 3.448 árvores foram podadas na capital. Outras 160 já receberam esse cuidado este ano.
Na manhã desta quinta-feira (07), o canteiro central da avenida Senador Lemos, esquina com a avenida Doutor Freitas, no bairro da Sacramenta, em Belém, recebeu o serviço de poda de árvores. A ação tem como objetivo retirar parte dos vegetais, o que favorece o crescimento saudável e reduz o risco de tombamento das plantas.
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O chefe de arborização da Semma, Francisco Matias Júnior, explica como funciona a solicitação para o processo de poda e quais os tipos de poda são realizados. "É iniciado via solicitação de protocolo da Semma, após isso, enviamos os técnicos para fazer a vistoria do vegetal e dependendo da condição fitossanitária dele, a gente pode demandar que tipo de serviço de poda o vegetal vai sofrer. Pode ser uma poda de levantamento, que é quando a copa está muito baixa, poda de livramento de telhado, que é quando o galho está invadindo uma residência. E o principal que é a poda de equilíbrio, quando a árvore apresenta uma certa inclinação, nós fazemos um poda de redução de copa para retirar o desequilíbrio do vegetal", explica.
Ainda segundo Francisco, hoje em dia, poucas doenças são encontradas nos vegetais da capital. As maiores demandas de poda são de árvores com inclinações arriscadas ou árvores que estão com a base toda acimentada. "Por prevenção, nós fazemos uma poda e redução de copa e equilibrio. Sofremos poucas doenças em Belém, porque temos espécies misturadas na arborização e isso faz com que elas acabem se protegendo contra os agentes patógenos", diz.
Solicitação pela população
A podagem em árvores de Belém é trabalhada durante o ano todo, porém no período do verão ela é intensificada para se preparar para o inverno. "No período chuvoso as podas continuam, mas elas são menos intensificadas, porque normalmente o vegetal já sofreu a chuva da noite, ele fica liso, fica molhado, muitas vezes tem contato com fios elétricos. Nesse período a demanda de poda dá uma reduzida, mas não para", conta o chefe de arborização da Semma.
Francisco explica que a manutenção é feita a partir da vistoria técnica e da sinalização da população. "Temos essa boa relação com a comunidade, porque eles avisam a gente através das redes sociais e dos canais oficiais. Quando um vegetal sofre uma intervenção de poda, ele vai levar no mínimo mais 365 dias, daqui um ano a gente volta para ver o estado dele, como ele está. Quando a gente faz uma poda, a gente faz prevendo a volta daqui a um ano. Mas se nesse período acontecer alguma intercorrência, como por exemplo, uma doença ou acidentes, como carros que colidem com o vegetal, a gente volta e faz a poda nele", revela.
O trabalho de podagem no canteiro central da Senador Lemos, foi desenvolvido em uma ação integrada da Semma com a Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan). O projeto tem como objetivo envolver a comunidade local além de trazer conscientização. Alunos da escola municipal Maria Luiza Pinto Amaral, que fica próximo ao canteiro, terão uma participação muito importante no projeto.
O coordenador de limpeza urbana da Sesan e cordenador de eliminação de pontos críticos de Belém, Alexandre Cardoso, explica como o trabalho vai funcionar. "É um trabalho muito importante, coletivo, envolve a Escola Maria Luiza, envolve os alunos, a parte pedagógica, envolve a comunidade de forma geral, para que a gente possa revitalizar alguns trechos e manter cuidado e organizado. Vamos concluir essa etapa com paisagismo, que deixa o local muito mais bonito. O paisagismo também inibe as pessoas de ficarem descartando lixos nos locais", conta. Ainda segundo Alexandre, também será cobrado da empresa responsável que não haja falhas na coleta de lixo domiciliar, porque isso obriga as pessoas a despejarem lixos em canteiros públicos entre outros locais indevidos.
Criança serão essenciais
O projeto de revitalização do canteiro central da avenida, também contará com a participação das crianças da escola Maria Luiza, elas farão o plantio de mudas de árvores no local.
"É importante a gente envolver as crianças, elas são a segurança futura, elas que vão cuidar, conservar e conscientizar as pessoas em outras gerações. A gente tem trabalhado com oficinas e palestras nas escolas e aqui [na escola Maria Luiza] será ministrada uma oficina de educação ambiental, para as crianças e também para os adultos do EJA (Programa de Educação para Jovens e Adultos). As crianças participarão do trabalho de arborização com equipes da Semma e de educação ambiental da Sesan, onde serão orientadas de que forma elas irão fazer o plantio. É muito importante envolver nossas crianças nesse trabalho", diz Alexandre.
Para a aposentada Maria Ferreira, de 71 anos, moradora do bairro da Sacramenta, tanto o projeto de podagem quanto de revitalização é de suma importância. "Eu fico bastante feliz de ver o trabalho realizado, aqui estava com muito mato, pessoas jogavam lixo e quando acontece o trabalho de podagem, as pessoas ficam com medo de jogar lixo no local, então é muito importante", diz aliviada.
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