Queda de samaumeira: moradores levam para casa pedaços da árvore centenária
Para evitar acidentes, todo o vegetal será removido, diz Secretaria Municipal de Meio Ambiente
A queda dos galhos de uma samamueira, no bairro de Nazaré, nesta segunda-feira (6), fará com que toda a árvore seja retirada para evitar novos acidentes. E, por essa razão, muitos moradores levaram pedaços do vegetal para suas casas para guardar como lembrança.
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O secretário municipal de Meio Ambiente (Semma), Sérgio Brazão, em primeira visita ao local, disse que o outro lado da árvore, que está bom, terá que ser retirado também. “É porque gerou um componente de força. E uma chuva mais forte pode empurrar essa árvore, empurrar esse galho para a queda. Então não convém arriscar”, afirmou. Ele acrescentou: “Essa árvore todinha vai ter que ser removida. É uma pena muito grande. E uma nova samaumeira vai ser plantada no lugar”. O titular da Semma explicou que a queda do galho de uma samaumeira é quase semelhante à queda de algumas árvores, porque é um galho muito grande.
No entanto, no início da noite, após avaliação mais profunda do cenário, a Semma publicou uma nota reavaliando a decisão de retirada da árvore, dizendo que vai tentar realizar uma poda drástica, assim como foi feito há 10 anos atrás, o que garantiu sobrevida ao vegetal, que já estava com o interior oco em 2013.
"É como se a gente tivesse ficado órfão", contou moradora
A estudante de Psicologia Roberta Bordallo levou um pedaço da árvore como lembrança. “São samaumeiras que têm séculos. Estavam aqui antes dos colonizadores. Quantos Círios belíssimos ela não viu”, disse. "Eu não sei nem expressar a tristeza de pensar que, no Círio deste ano, ela não vai estar aqui. É como se a gente tivesse ficado órfão”, contou.
“Quando eu era criança, tinha muita revoada de periquito aqui. Era um barulho lindo às 6 da tarde. A samaumeira é a morada dos periquitos também. Perder a casa deles é muito triste. É de cortar o coração. É o sentimento de perder uma avó”, afirmou Roberta. “Acho que faltou cuidado da prefeitura. Que pelo menos ela (prefeitura) tenha cuidado com as que restam”, disse.
A artesã Ruth Rosa também levou um pouco da árvore como lembrança. “Vou fazer trabalhos artesanais. Vou fazer arranhador para gato. Fazer uma bela de uma peça para colocar minhas panelas em cima”, disse. “Moro aqui há mais de 40 anos, frequento a Basílica. E a gente não poderia deixar de levar uma recordação da samaumeira, que abrigou os pássaros”, contou.
Ruth também disse ter ficado triste. “Isso aqui é uma referência. Você dizer para alguém: ‘olha, é perto da samaumeira da Basílica de Nazaré. Quando a gente vinha rezar o terço de madrugada, os pássaros começavam a cantar. E, de tarde, a revoada. Dá um aperto no coração. Por isso quero levar um pedaço”, disse.
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