Quase 3 incêndios por dia são registrados em Belém
O Major Israel, do Corpo de Bombeiros do Pará, explica a relação entre as altas temperaturas e os incêndios, e orienta a população com dicas de segurança para os imóveis
Em Belém, uma média de quase 3 incêndios por dia foram registrados em quase 6 meses, de janeiro até 19 de junho de 2024, conforme balanço do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Pará (CBMPA). Ao todo, foram 466 ocorrências. O mais recente foi na quarta-feira (19), quando 4 casas foram atingidas pelo fogo na Travessa Honório José dos Santos com a Quintino Bocaiúva, no bairro do Jurunas. Ainda com causas desconhecidas, o incêndio deixou totalmente destruída uma das casas. Para evitar esse tipo de ocorrência, especialmente no período de festas juninas e verão, quando os riscos aumentam, o Major Israel Souza, do CBMPA, lista algumas dicas essenciais.
No período de duas semanas, três casos de incêndios foram registrados na grande Belém. No dia 9 deste mês, um incêndio aconteceu no Condomínio Marajoara I, localizado na avenida Bruno Sechi, no Parque Verde. O segundo caso foi em um condomínio, localizado na rodovia Mário Covas, bairro do Coqueiro. O episódio mais recente ocorreu no bairro do Jurunas.
Os três casos acendem um alerta sobre cuidados dentro das residências para evitar incêndios. Em entrevista ao O Liberal, o Major Israel, do Corpo de Bombeiros do Pará, esclarece como os incêndios estão relacionados às altas temperaturas.
“Com o calor, nas áreas urbanas você tende a colocar centrais de ar e usar ventiladores com mais frequência. Daí tem a probabilidade maior de provocar incêndio devido à sobrecarga. Quando verificamos que as pessoas estão utilizando inúmeros eletrodomésticos no mesmo ponto de tomada, sabemos que acaba sobrecarregando. Então pode favorecer o incêndio. Outra coisa que também ocorre é o hábito de dormir com um celular na tomada carregando. Muitos desses carregadores adquiridos no mercado paralelo (falsificados), não têm nenhuma direção de segurança, de modo que se ficarem expostos a uma tensão elétrica por toda madrugada, também pode favorecer incêndio”, explica o major.
Festas Juninas
Neste mês de junho, com as comemorações de São João, o alerta do Major Israel diz respeito aos fogos de artifício dentro das casas.
“O maior risco está relacionado a queimaduras. O que mais identificamos envolve fogos de artifício. Eles não são proibidos, mas existe uma faixa etária que pode os manusear. Os fogos classe A, não possuem material detonante, que queima. São somente de estampido e indicados para crianças a partir de 5 anos. Já os adolescentes, podem usar sob supervisão os de classe B, que tem uma quantidade de carga bem pequena quanto a queimaduras. Os de classe C podem ser usados por adolescentes, pois são aquelas famosas bombinhas que fazem um grande barulho. Mas os de classe D, usados em shows pirotécnicos, nem os adultos podem usar. A menos que tenham qualificação técnica necessária”, explica o especialista.
Cuidados
Segundo o Major do Corpo de Bombeiros, vários cuidados podem ser tomados em casa para evitar incêndios. “Se a pessoa vê que a energia elétrica da casa está oscilando, falhando, caindo toda hora, deve chamar um técnico para verificar. Se o disjuntor estiver disparando, desligando sozinho, deve chamar o eletricista para substituir”, orienta Israel.
O bombeiro ainda ressalta que a atitude das pessoas também deve mudar e ser mais cuidadoso. “Não deixar velas acesas quando a casa estiver sozinha, nem usar produtos inflamáveis próximo ao fogão. Não usar vários eletrodomésticos em uma só tomada ou fazer improviso em tomadas. Não fazer pontos de eletricidade ou gambiarras em casa. Tudo isso pode provocar incêndios”, destaca.
Além das dicas preventivas, o major Israel diz que em casa de incêndio, o melhor é acionar os bombeiros imediatamente. “A pessoa tem que se afastar do local, procurar uma área segura e ligar para o número 193, dos bombeiros. O corpo de bombeiros tem uma equipe treinada e com toda a logística adequada para fazer o combate às chamas”, assegura.
Segurança em condomínios
De acordo com o Major Israel, é importante que o responsável pelo condomínio fique atento à vistoria periódica dos bombeiros. As questões técnicas variam em cada condomínio e o cenário de segurança é diferente um do outro, por isso é imprescindível a visita dos bombeiros.
“Como se trata de habitação coletiva, é necessário que se mantenha atualizada a vistoria dos Bombeiros. A corporação faz uma vistoria uma vez no ano. No local, os militares irão fazer o estudo de segurança e prevenção para indicar quais são os pontos corretos onde deve ter extintores de incêndio, saídas de emergência e sinalizações. Isso ainda coopera para que o local tenha os elementos necessários para que possa ser feita uma intervenção inicial em caso de incêndio. Por exemplo, os extintores devem estar num alcance razoável de no máximo 15 metros. Nos condomínios maiores, que tem rede de hidrante, aquele hidrante tem que ter água pressurizada, para fazer um combate às chamas”, finaliza Israel.
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