Primeira COP no Brasil: por que Belém é o cenário ideal para o evento?
O segundo maior centro urbano do Norte do país reúne belezas naturais, pontos turísticos encantadores e uma gastronomia única
A COP 30 vai ocorrer de 10 a 21 de novembro deste ano em Belém do Pará. O evento se apresenta como uma oportunidade ímpar para colocar a "Cidade das mangueiras" no foco da discussão global sobre o combate às mudanças climáticas.
Criada em 1995 e realizada pela primeira vez em Berlim, na Alemanha, a Conferência das Partes (COP) tem como propósito monitorar, atualizar e implementar medidas voltadas para a redução da emissão de gases de efeito estufa, contribuindo para a contenção do aquecimento global.
Com a realização da COP 30, o Brasil ganha ainda mais visibilidade internacional, destacando suas iniciativas ambientais e sua liderança na busca por soluções para os desafios climáticos. Questões como a preservação da Amazônia e a transição para energias limpas estarão em evidência, reforçando o papel do país como referência mundial no setor.
Mas por que Belém é o lugar perfeito?
Com cerca de 1,5 milhão de habitantes, Belém, é a segunda maior cidade da região Norte e serve como porta de entrada para a maior floresta tropical do planeta: a Amazônia.
Situada às margens da baía do Guajará, onde os rios Guamá e Acará se encontram, a cidade possui 39 ilhas que correspondem a cerca de 65% de seu território. Essa configuração geográfica é um exemplo típico da região amazônica, mesclando espaços urbanos e ribeirinhos.
O clima quente e úmido de Belém tem um papel marcante na rotina local, com chuvas diárias que costumam ocorrer entre 15h e 16h, influenciando os hábitos da população.
Turismo: um convite à cultura e à história
Belém se destaca como um dos principais destinos turísticos do Norte do Brasil, proporcionando experiências autênticas que refletem a cultura e as tradições do povo paraense.
O Círio de Nazaré, a maior manifestação religiosa católica do país, é um dos eventos mais icônicos da cidade. Realizado anualmente no segundo domingo de outubro, atrai cerca de dois milhões de fiéis em diversas celebrações, incluindo romarias e procissões dedicadas a Nossa Senhora de Nazaré.
Com mais de 200 anos de história, o Círio é reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pela UNESCO.
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Além do Círio, Belém abriga pontos turísticos emblemáticos, como o Mercado Ver-o-Peso, um dos maiores mercados ao ar livre da América Latina. Fundado em 1625 como um posto fiscal português, o local se transformou em um polo comercial vibrante, onde se encontram desde peixes e frutas típicas até ervas medicinais e artesanato regional.
O complexo do Ver-o-Peso também inclui construções históricas, como o Mercado da Carne, a Praça do Pescador e o Solar da Beira, que fazem parte do patrimônio protegido pelo Iphan.
Culinária irresistível
A culinária do Pará é amplamente reconhecida dentro e fora do Brasil por sua originalidade e pelo uso de insumos típicos da Amazônia. Entre os pratos mais emblemáticos está a maniçoba, feita a partir da folha de maniva, que desperta a curiosidade dos visitantes pela sua preparação única e sabor marcante.
Quando se fala em gastronomia, o Pará se destaca como um dos grandes polos culinários do país, unindo a tradição indígena a influências portuguesas e africanas. Essa fusão de sabores fez com que Belém conquistasse o reconhecimento como o destino brasileiro mais bem avaliado por turistas estrangeiros em 2016, conforme levantamento do Ministério do Turismo.
Segundo a pesquisa, enquanto a gastronomia brasileira foi aprovada por 95,4% dos visitantes internacionais, a culinária paraense atingiu um impressionante índice de 99,2% de satisfação.
Estímulo a manter a floresta em pé
A realização da COP 30 em Belém é mais do que uma oportunidade de colocar a cidade no mapa global; é um convite para que líderes mundiais conheçam de perto a riqueza da Amazônia e se engajem ainda mais na luta por sua conservação.
Além da importância ambiental, a floresta também se destaca pelo seu potencial econômico sustentável, seja por meio do turismo, da biodiversidade ou de investimentos em bioeconomia.
(Thaline Silva, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Enderson Oliveira, editor web de Oliberal.com)
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