Justiça decide por prisão de suspeito de matar influencer em motel

Yago Roger Barreira da Costa, lutador de MMA, suspeito de assassinar a influencer Paola Brattcho, em um motel em Ananindeua, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça na tarde desta segunda-feira (3). A decisão foi tomada após audiência de custódia. O lutador foi preso em flagrante pela Polícia Civil na tarde do último domingo (2) e estava desaparecido desde a madrugada do sábado (1º), quando deixou o Hospital Metropolitano após receber atendimento médico.

Segundo apuração do Grupo Liberal, e de acordo com informações da Polícia Civil, Yago foi encontrado na casa de um parente, na Região Metropolitana de Belém. Ele então foi encaminhado para a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) e permanece à disposição do sistema penal.

Após audiência de custódia, realizada nesta segunda, o juiz plantonista do Tribunal de Justiça do Pará, André dos Santos Canto, decidiu pela manutenção da prisão do suspeito. Ele responde pelo crime de homicídio qualificado, tipificado como feminicídio.

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Na decisão judicial, o juiz descreve que, de acordo com o relato da polícia, que atendeu a ocorrência após serem acionados pelo Centro Integrado de Operações (CIOp), sob a alegação de que um casal estava brigando em um dos quartos do motel, os policiais já encontraram a vítima, Paola Brattcho, sem vida, com várias perfurações por arma branca, no chão do banheiro do quarto número 6, e o suspeito ferido, sendo encaminhado ao hospital.

Yago teria chegado a dizer que agiu em legítima defesa: "uma vez que a vítima teria tentado atacá-lo com uma arma branca (canivete), e que a suposta agressão foi revidada pelo acusado para preservar sua integridade física", conta o texto da decisão. No entanto, outros fatores levaram o juiz a desconsiderar essa hipótese:

"No caso em análise, observo que a dinâmica dos fatos, conforme laudos preliminares, sugere que a vítima foi atingida por múltiplos golpes de faca, localizados em regiões letais do corpo, o que indica possível desproporcionalidade na reação do acusado. Além disso, o depoimento do próprio investigado, lutador jiu-jitsu (instrutor), reforça a necessidade de aprofundamento da investigação, uma vez que detém conhecimento técnico, em tese, do uso da força", detalha do texto. 

Segundo a decisão judicial, materialidades do crime e relatos de testemunhas dão indícios de autoria e colocam Yago na posição de suspeito: "Com relação à materialidade do delito e indícios de autoria (fumus comissi delicti), estão presentes os elementos de sua confirmação em relação ao investigado, notadamente em razão do Auto de Apreensão acostado aos autos, bem como pelos depoimentos das testemunhas que apontam, ao menos indiciariamente, a existência dos crimes e a autoria delituosa consoante narrado no presente Auto de Prisão em Flagrante".

"Dessa forma, no presente caso a prisão preventiva deve ser decretada para garantia da ordem pública, tendo em vista a graavidade concreta da conduta, envolvendo violência extrema e execução brutal da vítima", conclui o juiz no texto.

Em nota, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informou que Yago permanece custodiado: "A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) informa que Yago Roger Barreira da Costa está sob custódia e à disposição da Justiça.", diz a nota. O caso segue em apuração pela Delegacia de Feminicídio, vinculada à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam).

Família cobra justiça

O corpo de Paola foi sepultado na manhã deste domingo. Fernanda, irmã da vítima, relatou que passou a noite em busca de informações sobre a morte de Paola. "Até agora a gente não entende o que aconteceu e nem como aconteceu. A polícia não fala nada para a gente. Queremos saber como ele foi para o hospital sem mandado de prisão", disse. Além da ausência de detalhes sobre o caso, Fernanda informou que o celular de Paola até o momento não foi localizado.