Volta às aulas: peso da mochila pode ser prejudicial para a saúde
Especialista explica como reduzir os danos
No período de volta às aulas é hora de retomar a rotina. Mas, um hábito comum no dia-a-dia das crianças de carregar mochilas pesadas pode representar um sério risco para a saúde dos pequenos estudantes. O ortopedista Dante Giubilei, destaca a importância de adotar práticas que promovam uma postura adequada para prevenir possíveis lesões.
. Liliane Andrade, psicanalista e mãe da Maria Luísa, 8 anos, e José Bernardo. 4, tem todo um cuidado com a mochila dos filhos (Cristino Martins / O Liberal)
Especializado em coluna e presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia no Pará, Dante Giubilei alerta sobre os riscos que isso pode causar à saúde de crianças e adolescentes como dores nas costas, ombros e pescoço. Os casos podem ser recorrentes, levando a alterações posturais, incluindo cifose, escoliose e hiperlordose. “O excesso de peso pode comprometer o desenvolvimento ósseo e muscular durante o período de crescimento infantil, causando fadiga muscular, problemas circulatórios e nervosos, bem como impactos no equilíbrio, aumentando o risco de quedas”, completa ele.
Para minimizar esses riscos, o ortopedista destaca algumas recomendações para o uso adequado das mochilas escolares. “É fundamental que a mochila não ultrapasse 10% do peso corporal da criança, tenha alças acolchoadas e largas para distribuir melhor o peso e seja carregada usando ambas as alças. O ajuste correto, mantendo a mochila próxima ao corpo e acima da cintura, também é, assim como o uso de mochilas com rodinhas sempre que possível”, explica o especialista.
Ele ainda ressalta que carregar a mochila em apenas um lado do ombro pode ser ainda pior: “Carregar a mochila em um ombro pode criar desequilíbrios musculares e posturais, resultando em problemas de coluna a longo prazo. As duas alças devem ser usadas para distribuir o peso de forma igual pelos dois ombros”, explica.
Ele destaca ainda a importância de observar os sintomas. “É importante ficar atento as queixas de dor, alterações na postura e se há marcas ou vermelhidão nos ombros após remover a mochila. Observar se a criança inclina-se para frente ou para um lado enquanto carrega a mochila também pode ser um sinal da sobrecarga”, disse o especialista. “Se caso houver suspeitas de que a mochila está afetando a saúde da criança, é importante consultar um ortopedista, pediatra ou fisioterapeuta para avaliações e recomendações adicionais”, concluiu.
O médico explica quais medidas adotar para reduzir os danos. ”O peso da mochila não deve pesar mais do que 10% do peso corporal da criança. Deve ter alças largas e acolchoadas para distribuir melhor o peso e ser ajustada de modo que fique próxima ao corpo e acima da cintura. É importante usar os compartimentos para distribuir o peso de forma equilibrada e, sempre que possível, optar por mochilas com rodinhas para evitar carregar peso”, pontuou o médico.
Cuidado com os filhos
Em Belém, Liliane Andrade, psicanalista e mãe de duas crianças, Maria Luísa de oito e José Bernardo de quatro anos, arruma a mochila de seus filhos todos os dias e conta sobre os cuidados que tem ao preparar os materiais das crianças. “Eu arrumo a mochila das crianças há pelo menos 6 anos e sempre tive o cuidado de colocar somente aquilo que eles vão usar no dia. O horário de aula facilita essa programação do que vai na mochila”, afirmou.
A respeito dos cuidados com o tipo de mochila e os materiais que as crianças levam para as aulas, a mãe disse: “Meus filhos normalmente usam mochilas de rodinha, mas esse ano a minha filha mais velha preferiu a mochila de costas. Sobre os materiais, eu tenho o cuidado de colocar, principalmente, a agenda e os livros que vêm descritos no horário das aulas”, concluiu.
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