Pedalando ou caminhando, promesseiros do Círio se emocionam no percurso da BR-316
Apesar das recomendações das autoridades da Igreja para que a festividade fosse vivida de casa, muitos devotos não desistiram do trajeto
Se alguém pensou que a ausência de romarias e as restrições por conta da pandemia limitariam a ida de romeiros para Belém no Círio 2020, se enganou completamente. Apesar das recomendações das autoridades da Igreja para que a festividade fosse vivida de casa, muitos devotos de Nossa Senhora de Nazaré não desistiram de caminhar ou pedalar do município de origem, passando pela rodovia BR-316, rumo à Basílica Santuário, para agradecer pelas graças alcançadas por meio de promessas.
E o que não falta é história de emoção. Relatos de recuperação ou cura de doenças graves, conquistas materiais e pedidos para realização profissional são alguns destaques. Na tarde desta sexta-feira (09), horário em que tradicionalmente deveria ser realizada a maior procissão do Círio (Traslado de Nazaré para Ananindeua), os romeiros reforçaram os cuidados e as preces na estrada. Foi o caso do grupo de ciclistas "Pedaladas da Fé", que saiu de Bragança, ainda de madrugada, rumo à avenida Nazaré.
Apesar da Basílica estar fechada para o público no fim de semana, eles só retornam para Bragança na segunda-feira (12). O feirante Rosivaldo Sousa, de 50 anos, é um dos 17 integrantes da pedalada e conta que fez a promessa há 20 anos porque quase ficou sem andar. "Sofri um acidente de bicicleta e o médico disse que eu nunca mais iria voltar a andar. Mas eu pedi saúde e consegui me recuperar. Ainda tenho uma pequena dificuldade na perna, mas consigo fazer minhas atividades", contou.
O grupo segue uma motocicleta que conduz uma pequena imagem de Nossa Senhora e utiliza máscaras de proteção personalizadas. Rosilvaldo observou que os cuidados deveriam ser seguidos por todos. "Prevenção é essencial. Pedimos graças para as pessoas que perderam seus entes queridos na pandemia. Muitos amigos nem puderam participar conosco porque têm familiares idosos. Que nossa Mãe ajude a passar logo esse tempo ruim".
Já a enfermeira Dirciane Teixeira, de 44 anos, do município de Benevides, cumpriu um percurso menor, mas cheio de devoção. Com uma imagem da Virgem em uma mão, uma garrafa de água na outra e um chapéu para proteger dos raios solares, ela caminhou sozinha até a Praça Matriz, no Centro de Ananindeua, para agradecer pela saúde da mãe dela e para pedir mais força no trabalho.
"Há seis anos eu pago essa promessa, porque minha mãe caiu e ficou seis meses sem conseguir andar. Além disso, eu peço para que Nossa Senhora de Nazaré e Deus guiem minhas mãos de enfermeira para que eu possa continuar ajudando a salvar vidas", relatou. "Venho andando de Benevides até a igreja, onde assisto à missa. Depois, volto andando para casa", finalizou.
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