O Liberal: há 78 anos acompanhando o protagonismo feminino

Expectativa é de que o espaço feminino nas páginas do jornal seja ampliado em 2025

Camila Guimarães

A preocupação em pautar assuntos de interesse e protagonismo feminino sempre foi uma das bases do jornal O LIBERAL, que completou 78 anos no último dia 15. Só entre o público assinante, as mulheres representam, atualmente, 42,9% dos leitores. Do lado operacional, elas ganham destaque na concepção de publicações que privilegiam assuntos importantes para o público feminino. 

Pelo olhar da editora-chefe de O Liberal, Anne Ribeiro, que trabalha há 15 anos no jornal, o interesse do veículo pela representatividade feminina tem sido progressivo. Há aproximadamente 10 anos, o Caderno da Mulher era veiculado entre as páginas do impresso, contemplando uma diversidade de assuntos de interesse feminino. Mesmo deixando de existir, em razão de mudanças no projeto do jornal, outras formas de contemplar o público feminino foram assimiladas, como a criação da Página da Mulher, que sai toda sexta-feira no caderno de Cidades.

image Anne Ribeiro, editora-chefe do jornal O LIBERAL desde 2023 (Foto: Adriano Nascimento | especial para O Liberal)

Anne Ribeiro enfatiza que, diante das mudanças, o jornal tem se dedicado a acompanhar as transformações dos interesses femininos ao longo do tempo.

"O jornal está sempre preocupado em refletir as questões que pautam o dia a dia das leitoras. Por exemplo: se há 15 anos as matérias se voltavam mais para questões ligadas à estética, hoje elas exploram tópicos ligados ao mercado de trabalho, educação, segurança e saúde. Para dar conta de acompanhar o protagonismo do nosso público feminino, nós ampliamos nosso olhar para todos os setores que as mulheres ocupam hoje na sociedade", afirma.

A editora-chefe destaca a participação feminina na concepção da Página da Mulher: "O principal objetivo é promover a discussão de assuntos que fazem a diferença na vida das nossas leitoras. Da concepção da pauta até a edição desse material, há participação de mulheres da equipe, para garantir que o jornal fale a mesma língua que o nosso público feminino".

Contribuição de diferentes gerações

Uma das mãos que contribuem com a Página da Mulher é a da estagiária Eva Pires, do curso de Jornalismo na Universidade Federal do Pará (UFPA). Há nove meses no jornal, Eva tem sido uma das principais produtoras e redatoras do conteúdo exclusivamente feminino de O Liberal.

"Acredito que as narrativas construídas pelo jornalismo têm um poder transformador na sociedade. Assim, nas minhas matérias, busco sempre espalhar conhecimento sobre temas ainda vistos como tabus. Também procuro retratar experiências vividas por mulheres de maneira mais complexa e realista, tentando não reforçar estereótipos. A esperança é que, mesmo com pequenos passos, a gente consiga fazer a diferença na forma como as mulheres são vistas na sociedade, especialmente por elas mesmas", destaca Eva Pires.

image A estagiária Eva Pires segura um exemplar da página da Mulher, publicada no caderno de Atualidades de O Liberal (Foto: Adriano Nascimento | especial para O Liberal)

Mulheres que começaram a empreender na 3ª idade ou que desbravam territórios profissionais ainda predominantemente masculinos estão entre os temas já pautados pela página, destaca a estagiária: "Muitas vezes, precisamos de uma faísca de inspiração para começar algo novo. Por isso, ler sobre histórias como essas pode acabar sendo um empurrão para uma mulher transformar a vida", Eva defende.

Prestes a entrar no mercado de trabalho como uma profissional do jornalismo, Eva descreve a relevância da experiência que adquiriu como responsável por cerca de 22 edições da Página da Mulher até aqui: "Tem sido um aprendizado constante. A Página é um espaço reservado para que mulheres escrevam sobre e para mulheres. E, em um mundo onde, por muito tempo, as histórias de muitas de nós foram narradas por homens, frequentemente sob uma perspectiva que não valorizava o feminino, isso representa um passo significativo".

Anne Ribeiro também fala do sentimento por trás do trabalho como editora-chefe de O Liberal, especialmente pela preocupação com o protagonismo feminino, e fala das expectativas futuras: "Eu tenho um orgulho enorme da minha equipe e de como nos preocupamos com essas questões. Temos interesse em aumentar esses espaços para acomodar as transformações do nosso público, então, nos nossos planejamentos para o próximo ano, há ideias que contemplam especificamente as mulheres".

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