Mulheres corredoras destacam impactos da prática na saúde física e mental
Estímulo à socialização, ganho de resistência e autoestima elevada são algumas das vantagens da corrida para o público feminino
A corrida é mais do que um esporte para muitas mulheres: é um movimento de união, fortalecimento e superação. Ainda em alusão ao Dia Internacional da Mulher, celebrado no último sábado (8), corredoras de Belém destacam os benefícios da prática regular para a saúde física e mental, além da sensação de pertencimento que a modalidade proporciona.
Para a educadora física Evelyn Moreira, a prática regular pode contribuir significativamente para a saúde da mulher, prevenindo doenças crônicas e fortalecendo o organismo.
"A maioria das mulheres luta contra o câncer de mama, e a corrida, como qualquer exercício físico, tem benefícios para essa e outras doenças. Além do trabalho cardiorrespiratório e do fortalecimento muscular, ela melhora a autoestima, a saúde mental e a socialização. O risco de quedas também diminui, pois o fortalecimento adquirido na corrida ajuda na estabilidade corporal", explica.
A preparação para a corrida, no entanto, tem particularidades entre homens e mulheres, devido às diferenças hormonais. "A nossa prática é totalmente diferente. Existem estudos baseados nisso, e hoje já temos pesquisas muito avançadas sobre como as mulheres devem enfrentar os treinamentos", pontua Evelyn. Além disso, ela ressalta que a corrida é um conjunto de fatores que vão além do exercício físico, incluindo alimentação equilibrada e uma abordagem que leve em conta as necessidades específicas do corpo feminino ao longo do ciclo de vida. "Até o sistema fisiológico da mulher se adaptar, demora um pouquinho, em torno de dois meses. Depois desse período de adaptação, o corpo já responde melhor à prática, lidando melhor com o estresse físico causado pelos treinos", destaca.
"O que me motiva é a união, ver que mulheres estão cada vez mais nesse movimento, que é a corrida, né? Um movimento incrível. E quando a gente está cansada, tem sempre o apoio de uma: ‘Bora, vai, que falta só um pouquinho, corre, não desiste!’", conta a assistente social Márcia Moreira, de 49 anos. Ela pratica corrida há quatro anos e relata que a modalidade foi essencial para sua saúde mental. "A corrida me trouxe vida. Não é competição, mas qualidade de vida. Eu estava passando por um momento de claustrofobia e achei que estava enlouquecendo. Quando comecei a correr, senti o bem incrível que isso me fazia", acrescenta.
Além dos benefícios físicos, a corrida se mostra um meio de conexão e suporte entre as atletas, como destaca Edna Lima, de 52 anos, instrutora de pilates. "Apesar da corrida ser um esporte individual, ela é muito coletiva. Quando você pensa em desistir, tem os amigos, tem os desconhecidos, e a gente acaba formando círculos de amizade", afirma. Para ela, a principal mensagem para outras mulheres é incentivar o movimento: "Nosso corpo foi feito para se movimentar. Mulheres de todas as idades, independente de qualquer coisa: idade é só um número! Vamos para cima!".
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