Movimento intenso no quarto dia da 3ª dose de vacina contra covid-19 para idosos
Só no final de semana que o perfil dos vacinados muda para adolescentes novamente
A aplicação da terceira dose da vacina contra a covid-19 continua na capital. Desde o início dessa nova etapa de vacinação, o movimento nos postos é grande e, nesta quinta-feira (29), não foi diferente. No quarto dia de mutirão preparatório para o Círio, a busca foi grande na Casa de Plácido, no Centro Social Nazaré. Com longas filas, vários idosos, nascidos em 1948 e 1949, acordaram cedo para receber mais uma dose de proteção contra o coronavírus.
Atuante na linha de frente da imunização, a técnica de enfermagem Karen Francine afirma que a procura pela vacina é muito maior entre os idosos. "Esse público chega antes que os profissionais envolvidos na organização desse posto. Enquanto aplicamos a dose, eles já perguntam 'e quando será a quarta?'. É gratificante ver os idosos engajados e animados. Mesmo com o fluxo intenso, eles não perdem o bom humor", ressalta.
Quem nunca estendeu um assunto enquanto aguardava em filas, seja de supermercado ou lotéricas? O hábito é cultural no Pará e quando une diversos idosos com expectativas de um futuro mais tranquilo e com saúde, não poderia dar em outra: bate-papo e amizades instantâneas. A pedagoga Antônia Fernandes e a aposentada Raimunda Moura se conheceram enquanto aguardavam por mais uma dose da vacina e rapidamente se afeiçoaram.
Enquanto a pedagoga era imunizada, a dona Raimunda ajudava com as fotos. "Nos conhecemos agora, é a típica amizade do dia-a-dia. Quantas vezes for necessária a vacina, estarei aqui. Todos precisam abraçar esse momento e se imunizar, é uma forma de homenagem a todos que perdemos. Enquanto aguardava o meu nome ser chamado, lembrei de tantos amigos que perdi para essa doença e fico triste. Qualquer vacina que venha é bem vinda", conta a aposentada.
Depois de receber a 3° dose e conferir as fotos registradas pela nova amiga, Antônia Fernandes contou estar ainda mais aliviada com esse reforço na saúde. "Creio que essa vacinação será aplicada anualmente e estarei presente em todas as campanhas. Apesar dos avanços, mais um ano não teremos a procissão do Círio, essa é a parte que me deixa triste, mas com fé que terá no próximo", conta a pedagoga.
(Karoline Caldeira, estagiária sob a supervisão de Victor Furtado, coordenador do Núcleo de Atualidades)
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA