Militares norte-americanos aprendem vida e combate na selva em área de Ananindeua

O treinamento faz parte da Operação CORE 23, uma parceria entre Exércitos do Brasil e dos Estados Unidos

Ádria Azevedo | Especial para O Liberal
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Na manhã desta quinta-feira (2), militares do Exército norte-americano foram alunos de um treinamento em uma área de mata do Exército brasileiro em Águas Lindas, Ananindeua. A instrução faz parte da Operação CORE 23 (Combined Operation and Rotation Exercise), um exercício combinado das forças dos dois países.

Entre as instruções ministradas por militares do 2º Batalhão de Infantaria de Selva (2º BIS), estiveram os melhores locais, materiais e técnicas para construir abrigos na selva amazônica, com o uso de espécies vegetais locais. O treinamento continua até sábado (4), no chamado Estágio de Vida e Combate na Selva (EVCS), que incluirá ainda modos de obter alimentos de origem vegetal e maneiras de locomoção e patrulhamento na mata.

Após a fase em Belém, a CORE 23 terá ainda duas outras etapas. A partir de 6 de novembro, os militares irão para Macapá-AP, onde participarão de debates sobre o ingresso de mulheres no Exército. De lá, seguirão para Oiapoque e Ferreira Gomes, também no Amapá, para ações de assalto aeromóvel e operações em ambiente de selva, entre os dias 7 e 16 do mesmo mês.

De acordo com o coronel Márcio Weber, chefe da Seção de Comunicação Estratégica do Comando Militar do Norte do Exército Brasileiro, a operação é fruto de um convênio entre os Exércitos brasileiro e norte-americano, que acontece anualmente desde 2021 - nos anos ímpares no Brasil e nos pares, nos Estados Unidos.

Operação Core 23

“Esse é o terceiro exercício e, nessa vez, ocorre de estar aqui na região amazônica. Na primeira vez foi na região de São Paulo e na próxima vez, em 2025, já está sendo preparado para ser na região Nordeste, na caatinga”, explicou.

Para o coronel, a operação traz ganhos para as duas forças. “O Exército brasileiro tem um ganho logístico, porque nós temos que levá-los para todos os lugares do Brasil; um ganho cultural, porque há uma relação aproximada com o Exército americano; e um ganho doutrinário, porque eles estão nos fronts de combate pelo mundo e trazem as novidades militares para dentro do nosso Exército”, avaliou. 

“Já os americanos aprendem conosco a trabalhar nesse ambiente de selva, que eles não têm nos Estados Unidos. E o Brasil é reconhecido internacionalmente como uma tropa de elite em ambiente de selva”, completou.

Intercâmbio

De acordo com a major Tifani Summers, relações públicas do Exército Sul dos Estados Unidos, a CORE 23 é uma grande oportunidade de os soldados norte-americanos  vivenciarem algo completamente diferente do que vivem nos Estados Unidos.

“Temos mais de 100 soldados que aprenderão a como sobreviver neste tipo de clima, a encontrar comida, construir abrigos, patrulhar a selva. Eles levarão o que aprenderem aqui para a terceira etapa, no Oiapoque”, destacou a oficial. 

Para ela, o treinamento fortalece as relações entre os dois Exércitos e ajuda a entender como cada um opera. “Assim, se houver qualquer tipo de emergência ou desastre, nós já sabemos como nos comunicar em diferentes táticas e agir juntos e rapidamente”, opinou.

A major disse ser um privilégio estar no Brasil e comentou também o intercâmbio cultural, para além do exclusivamente militar. “É a minha quarta vez em Belém. Eu gostei de conhecer a cultura, a comida, diferentes experiências culturais aqui no Brasil. Ontem, fomos visitar alguns pontos turísticos de Belém. Foi muito bom aprender sobre a cidade e a história”, finalizou a militar norte-americana.

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