Militares da turma pioneira de oficiais logísticas mulheres do Exército Brasileiro servem em Belém

As aspirantes Sarah Cassani Leite e Maria Eduarda de Melo Silva, ambas de 22 anos, se apresentaram em organizações sediadas na capital paraense

O Liberal
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Já estão em Belém as duas primeiras militares integrantes da turma pioneira de oficiais logísticas mulheres do Exército Brasileiro. As aspirantes Sarah Cassani Leite e Maria Eduarda de Melo Silva, ambas de 22 anos, se apresentaram, respectivamente, no 8º Depósito de Suprimentos e no Parque Regional de Manutenção 8, organizações militares sediadas na capital paraense. Elas terão a oportunidade de seguir a carreira de oficial, alcançar a maior patente da corporação, tornando-se generais, e até ir à guerras combater pela defesa do país.

Após a formação na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), Sarah e Eduarda Melo foram graduadas em Ciências Militares, e especializadas na área de Intendência, que atua na parte logística, distribuição de materiais, uniformes, equipamentos individuais, operando também com gêneros alimentícios, serviços de lavanderia e banho.

Para Eduarda Melo, a principal motivação para ingressar na carreira militar foi o pai e o avô, que são militares. Ela ressalta que os pilares do Exército, hierarquia e disciplina, são herança de berço e muito exaltados por ela e sua família. Já para a aspirante Sarah, a motivação surgiu primeiro na mãe, responsável pela sua inscrição no concurso. A militar conta que está sendo a melhor experiência de sua vida, e almeja dar o melhor de si e fazer a diferença nesses próximos dois anos que servirá em Belém. 

image A aspirante Maria Eduarda de Melo Silva, 22 anos (Divulgação/ Comando Militar do Norte)

Formação

No dia 17 de fevereiro de 2017 iniciou a formação da primeira turma de mulheres logísticas do Exército na Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), em Campinas, totalizando 446 jovens, sendo 40 mulheres, entre 16 e 21 anos. O curso na EsPCEx dura 46 semanas e é a etapa inicial da formação dos oficiais combatentes da Força Terrestre.

Após esse período de preparação em Campinas, se obtiverem rendimento satisfatório, os alunos poderão ingressar como cadetes na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende (RJ), onde escolherão qual carreira militar seguirão, tendo início, assim, a mais quatro anos de treinamento.

Na EsPCEx e na Aman, rapazes e moças têm a mesma rotina de estudos e práticas, que inclui técnicas militares, como ordem unida, regulamentos e normas do Exército, armamentos, topografia e orientação, idiomas e treinamento físico.

Mulheres no Exército

As mulheres ingressaram oficialmente no Exército Brasileiro em 1943, durante a Segunda Guerra Mundial. A Força Expedicionária Brasileira contou com 73 enfermeiras. Já em 1992, a primeira turma de mulheres foi matriculada na Escola de Administração do Exército, atual Escola de Formação Complementar do Exército (EsFCEx), instituição que forma os oficiais do Quadro Complementar, em Salvador (BA).

O Instituto Militar de Engenharia, no Rio de Janeiro (RJ), teve mulheres integrando as turmas a partir de 1997, para o Quadro de Engenheiros Militares (QEM). No mesmo ano, a Escola de Saúde do Exército (EsSEx), também no Rio de Janeiro, formou a primeira turma de oficiais médicas, dentistas, farmacêuticas.

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